GUAYAQUIL, Equador (Reuters) - O Uruguai assumiu nesta quinta-feira a presidência temporária da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) com um chamado do presidente uruguaio, José Mujica, aos outros líderes da região para adquirir um "brutal" compromisso político de integração.
A transferência da presidência coincide com a abertura da sede permanente em Quito, um fato visto pelos países membros como uma oportunidade para relançar um bloco regional cujo desempenho tem sido questionado.
"Haverá integração se houver vontade política de forma declarada por parte dos poderes executivos... e não haverá integração se não existir um compromisso brutal, vontade política, porque os obstáculos do mundo são enormes", disse Mujica na cidade portuária de Guayaquil.
A Unasul, que reúne todos os países da América do Sul, foi fundada em 2008 por iniciativa do falecido Hugo Chávez para promover a união entre as nações e facilitar o intercâmbio comercial, mas analistas dizem que acabou se juntando a uma série de blocos regionais ineficazes.
O presidente do Equador, Rafael Correa, propôs nesta quinta-feira uma revisão dos estatutos do organismo e um avanço com celeridade na implementação de iniciativas econômicas e de mobilidade de pessoas, temas sugeridos dentro do grupo regional.
"Para manter a fé dos nossos povos na integração é necessário que percebam resultados e benefícios concretos dela (integração). Sempre temo que algum dia nossos povos se cansem de que participemos destas cúpulas", disse Correa.
Os presidentes devem inaugurar na sexta-feira a nova sede da Unasul na capital equatoriana, a poucos metros da linha imaginária que divide o planeta nos hemisférios norte e sul.
A construção de 20 mil metros quadrados de estilo vanguardista custou 43 milhões de dólares, que foram assumidos pelo governo equatoriano.
(Reportagem de Yury García, em Guayaquil)