Por Andrew Osborn e Gabrielle Tétrault-Farber
MOSCOU (Reuters) - A Sputnik V, vacina contra a Covid-19 da Rússia, poderia ser produzida na Europa pela primeira vez agora que um acordo comercial foi assinado pelo fundo soberano RDIF, sediado em Moscou, e a farmacêutica suíça Adienne para sua fabricação na Itália.
O acordo, que precisará da aprovação de agências reguladoras italianas antes de a produção poder ser iniciada, foi confirmado tanto pelo RDIF quanto pela Câmara de Comércio Ítalo-Russa.
Ele é o sinal mais recente de que alguns membros da União Europeia não estão dispostos a esperar que a agência reguladora do próprio bloco – a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) – conceda sua aprovação à Sputnik V.
Cientistas disseram que a vacina russa é quase 92% eficaz com base em resultados de testes de estágio avançado analisados pela comunidade científica e publicado no periódico médico The Lancet no mês passado.
A Sputnik V já foi aprovada ou está sendo analisada em três países-membros da UE: Hungria, Eslováquia e República Tcheca. Autoridades da UE disseram que Bruxelas poderia iniciar negociações com um fabricante de vacinas se ao menos quatro membros as solicitarem.
"Este acordo é o primeiro de seu tipo com um parceiro europeu", disse Vincenzo Trani, diretor da Câmara de Comércio Ítalo-Russa, em um comunicado. "Ele pode ser chamado de um acontecimento histórico, o que é prova do bom estado das relações entre nossos países e mostra que as empresas italianas conseguem enxergar além das diferenças políticas."
(Por Andrew Osborn, Polina Nikolskaya e Gabrielle Tétrault-Farber; reportagem adicional de Emilio Parodi em Milão, Giselda Vagnoni em Roma e John Miller em Zurique)