PARIS (Reuters) -A liderança do presidente da França, Emmanuel Macron, nas pesquisas de intenção de voto para o segundo turno da eleição presidencial de domingo aumentou ainda mais nesta terça-feira, mas seu primeiro-ministro disse que a vitória não está garantida, e a adversária de extrema-direita, Marine Le Pen, acusou o concorrente de usar uma tática de amedrontamento.
Três pesquisas para o segundo turno colocaram o centrista Macron no nível mais alto desde antes do primeiro turno, com uma pontuação média de 55,83%, mais de 1 ponto acima de sexta-feira passada e mais de 3 pontos acima de uma média de cinco pesquisas antes do primeiro turno.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, no entanto, disse que era muito cedo para declarar vitória. "O jogo não acabou", disse Castex à rádio France Inter.
Uma pesquisa da Ipsos apontou vitória de Macron com 56,5% dos votos, 0,5 ponto acima de sexta-feira e 3,5 pontos acima dos 53% de 8 de abril, dois dias antes do primeiro turno, no qual Macron e a candidata de extrema-direita Marine Le Pen avançaram para o segundo turno.
Uma pesquisa da Opinionway colocou Macron com 56% dos votos, 2 pontos acima de sexta-feira. Em uma pesquisa do Ifop, o apoio a Macron nas intenções de voto subiu para 55%, 0,5 ponto a mais do que na segunda-feira e 3 pontos a mais que no dia 8 de abril.
A pontuação média de Macron nas três pesquisas subiu para 55,83%, uma alta de mais de 3 pontos em comparação a uma média de 52,7% de cinco pesquisas em 8 de abril.
O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse à rádio Europe 1 que Le Pen "entregaria a soberania da França a Vladimir Putin e à Rússia" se for eleita.
Le Pen já expressou admiração pelo presidente russo e diz que retiraria a França da aliança militar Otan.
Le Maire disse que uma vitória de Le Pen significaria o fim da soberania francesa, uma aliança com Putin, uma falta de proteção da Otan e laços rompidos com a Alemanha.
Em um vídeo de campanha, Le Pen acusou Macron e seus aliados de assustarem os cidadãos para que votassem contra ela.
"Macron, ciente de suas perspectivas sombrias de ganhar um segundo mandato, se voltou para... chantagear pelo medo. O medo é o único argumento restante do presidente", disse.
Macron e Le Pen estão tentando atrair eleitores que apoiaram o líder de extrema-esquerda Jean Luc Melenchon, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno com cerca de 22% dos votos.
O partido de Melenchon não deu nenhuma instrução de votação para o segundo turno, mas Melenchon pediu a seus seguidores que não votem em Le Pen.
Em sua primeira entrevista televisionada desde o primeiro turno, Melenchon reiterou o pedido.
"Vocês cometerão um erro colossal se votarem na sra. Le Pen. Eu não digo para vocês votarem em Macron, procurem dentro de suas cabeças o que é melhor, mas não façam isso", disse ele à BFM TV.
Macron venceu as eleições de 2017 com 66,1% dos votos, também contra Le Pen, mas a corrida agora está muito mais apertada, com Macron sofrendo com críticas por sua gestão da crise da Covid-19 e por suas políticas econômicas.
(Reportagem de Geert De Clercq)
((Tradução Redação Rio de Janeiro))
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