CARACAS (Reuters) - O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, disse nesta segunda-feira que abriu uma investigação criminal contra os líderes da oposição María Corina Machado e Edmundo González por "incitar policiais e autoridades militares a desobedecerem às leis".
Machado e González publicaram uma carta conjunta nesta segunda-feira, na qual fizeram "um apelo à consciência dos militares e dos policiais para que fiquem ao lado do povo e de suas próprias famílias", respeitando os resultados da eleição presidencial de 28 de julho, que eles dizem ter vencido.
Em um comunicado divulgado em sua conta no X, Saab disse que, com o pronunciamento, Machado e González cometeram os crimes de usurpação de funções, disseminação de informações falsas para causar ansiedade, instigação à desobediência às leis, instigação à insurreição, associação para cometer um crime e conspiração.
Saab disse que, no comunicado, Machado e González "anunciam falsamente um vencedor das eleições presidenciais diferente daquele proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral".
Os opositores publicaram na rede social X uma carta dirigida aos venezuelanos, militares e policiais, na qual afirmam que obtiveram uma vitória "esmagadora" e que "desde o mais humilde cidadão, testemunha, membro de mesa, oficial das Forças Armadas, policiais, até organizações internacionais e governos, eles sabem disso".
No fim de semana, Saab disse à emissora de televisão colombiana Caracol que seu gabinete não havia emitido mandados de prisão para Machado, uma engenheira industrial de 56 anos, e González, um ex-embaixador de 74 anos.
Diante da exacerbação dos discursos contra os opositores, que o governo descreve como fascistas e extremistas, Machado e González estão mais discretos desde meados da semana passada. A líder reapareceu em uma marcha em uma avenida de Caracas no sábado.
(Reportagem de Vivian Sequera e Deisy Buitrago)