CARACAS (Reuters) - A Venezuela afirmou nesta terça-feira que está no exercício pleno da presidência 'pro tempore' do Mercosul, apesar de Brasil, Argentina e Paraguai insistirem que o comando do bloco está vago até que os venezuelanos cumpram com vários requisitos.
O governo venezuelano também denunciou que os seus três sócios no bloco estão no que chamou de uma "tríplice aliança" da "direita extremista", que estaria usando "manobras legalistas" para impedir que a Venezuela tome posse.
"A Venezuela rechaça categoricamente a invenção de uma tese fraudulenta... da falsa e suposta vacância na presidência pro tempore, que exercemos legalmente a partir de 29 de julho", disse a chancelaria venezuelana em comunicado.
O Uruguai deu por finalizado na sexta-feira seu período na presidência do Mercosul e os tratados internos estabelecem que caberia à Venezuela ocupar o posto. Mas o ato de transmissão de comando, que estava previsto para fim de junho, foi adiado devido às divergências.
Ainda assim, Montevidéu recomendou que a Venezuela assuma a presidência.
Brasil e Paraguai argumentam que o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não está em condições políticas nem econômicas de assumir a presidência do Mercosul, por causa da crise interna que atravessa o país e pelas denúncias de violações de direitos humanos.
O Brasil também considera que a Venezuela não cumpriu com os requisitos para se tornar membro pleno do bloco. A Argentina disse que a presidência não pode ser assumida até que se concretize a transmissão com suas formalidades.
(Reportagem de Eyanir Chinea)