CARACAS (Reuters) - A Venezuela libertou três ativistas da oposição presos há mais de um mês, no primeiro gesto do governo do presidente Nicolás Maduro após o início de conversas com a oposição.
O líder socialista se encontrou com dirigentes da oposição no fim de semana em conversas convocadas pelo Vaticano, mas os opositores condicionaram novos diálogos à libertação de prisioneiros políticos e à realização de um referendo revogatório sobre o governo de Maduro.
Adversários de Maduro acusam o presidente de ter criado uma ditadura ao bloquear um referendo revogatório e passar ilegalmente por cima do Legislativo, que foi dominado pela oposição em uma eleição no ano passado.
Autoridades libertaram os três ativistas, Carlos Melo, Andres Moreno e Marco Trejo, na noite de segunda-feira, mas a oposição diz que cerca de outros 100 oponentes de Maduro continuam presos.
"Espero que o que tenha acontecido comigo aconteça com todos eles", disse Melo em vídeo divulgado após sua libertação. Ele foi detido em agosto e acusado de carregar explosivos como parte de uma tentativa de golpe contra Maduro.
Moreno e Trejo passaram um mês presos, acusados de danificar a moral militar em um vídeo de propaganda política que mostrava um soldado sofrendo dos mesmos problemas econômicos que manifestantes.
"Estas (libertações) foram decisões dos tribunais no contexto do processo de diálogo, gestos", disse o membro sênior o Partido Socialista Jorge Rodríguez, que representa o governo nas conversas.
(Reportagem de Diego Ore)