Por Mircely Guanipa
CARACAS (Reuters) - Parentes de pessoas presas durante manifestações sobre os polêmicos resultados da eleição presidencial na Venezuela estão pedindo pela soltura dos detidos em frente à sede da polícia, em um momento de alta tensão política no país sul-americano.
A autoridade eleitoral declarou o atual presidente, Nicolás Maduro, como o vencedor da eleição de domingo, apesar da insistência da oposição de que sua contabilidade mostra uma robusta maioria para o candidato Edmundo González.
Protestos foram realizados em todo o país na segunda e na terça-feira. Houve confrontos entre manifestantes e forças de segurança, e também entre apoiadores da oposição e grupos de motociclistas que defendem o Partido Socialista, de situação.
Pelo menos 1.200 pessoas foram presas, segundo Maduro. As autoridades tentam deter outros envolvidos.
Advogados que buscam ajudar os detidos afirmam que não puderam entrar nos centros prisionais, nem participar de audiências do Judiciário. O Ministério das Comunicações, que centraliza todas as solicitações da imprensa na Venezuela, não respondeu a um pedido de comentário sobre o tema.
Maduro disse que os manifestantes pertencem à oposição "extremista" e os chamou de "criminosos pagos". Ele insiste que os protestos são organizados por fascistas.
Marilu Landaeta, de 45 anos, esperava por notícias de seus dois filhos, de 25 e 26 anos, presos na terça-feira em manifestação da oposição: "Meus dois meninos estavam com um primo, e as forças de segurança os levaram", disse.
Pelo menos 20 pessoas morreram nos protestos após a eleição, de acordo com a organização não governamental Human Rights Watch, que tem sede nos Estados Unidos.
(Reportagem de Mircely Guanipa)