Por Deisy Buitrago e Shaylim Valderrama
CARACAS (Reuters) - Milhares de venezuelanos protestaram neste sábado devido aos constantes apagões que afetaram nos últimos dias grande parte das cidades do país, incluindo Caracas, agravando a crise econômica e social.
Na segunda-feira a maior parte do país ficou sem luz e na sexta-feira, quando grande parte do fornecimento já havia sido recuperado, um novo corte deixou a Venezuela às escuras. No início de março, uma grande interrupção do fornecimento elétrico afetou por quase uma semana os venezuelanos.
Segundo o governo do presidente Nicolás Maduro, as interrupções aconteceram devido a dois "ataques terroristas" a Guri, o maior complexo hidrelétrico do país. Para a oposição e especialistas, entretanto, os constantes cortes de luz são produtos de anos de falta de investimento no sistema desde que, em 2007, o falecido Hugo Chávez nacionalizou o setor.
"Todos sabemos quem é o responsável pelo apagão. Maduro, já basta de ver sua cara de tonto para o povo da Venezuela. Até quando acham que será possível enganar o povo?", disse o líder de oposição Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente encarregado do país em janeiro.
"É preciso acelerar o processo para sair desse regime corrupto e ladrão, não aguentamos mais isso", pediu o também presidente do Congresso em um protesto na cidade de Los Teques.
Em outras cidades do país, que atravessa uma prolongada crise com hiperinflação e escassez de produtos e remédios, pequenos protestos foram reprimidos com gás lacrimogêneo pela força pública, segundo vídeos compartilhados nas redes sociais.
Guaidó, que já foi reconhecido como legítimo líder da Venezuela por dezenas de países, incluindo os Estados Unidos, busca a saída de Maduro, a quem acusa de se reeleger de forma fraudulenta.