Por Irene Klotz
CABO CANAVERAL, Estados Unidos (Reuters) - O veículo espacial Cassini, da Nasa, enviou nesta quinta-feira as imagens mais próximas de Saturno, após sobreviver ao seu primeiro mergulho dentro dos anéis do planeta, informou a agência espacial dos Estados Unidos.
Uma série de fotos mostrando as nuvens turbulentas de Saturno, um grande furacão e um sistema climático de vórtex de seis lados foi transmitida de volta à Terra pelo Cassini, que tem explorado Saturno há 13 anos.
Agora em suas voltas finais ao redor de Saturno, o Cassini mergulhou na quarta-feira pelo estreito buraco entre o planeta e seu anel mais profundo, onde nenhum veículo espacial já foi. Este foi o primeiro de 22 encontros próximos planejados para levar a sonda robótica a territórios inexplorados entre o topo das nuvens de Saturno e seus anéis.
“O veículo espacial Cassini mais uma vez abriu caminho, nos mostrando novas maravilhas e demonstrando onde nossa curiosidade pode nos levar caso ousemos”, disse o chefe de ciências planetárias da Nasa, Jim Green, em comunicado.
É esperado que o Cassini fotografe diversas luas internas e estude os ventos, as nuvens, as auroras e a gravidade do planeta. As informações podem ajudar cientistas a encontrarem a fonte do campo magnético de Saturno, determinarem o quão rápido o gigante gasoso roda e descobrirem o que tem por baixo de suas camadas de nuvens.
Autoridades da Nasa não têm certeza se o Cassini irá sobreviver a todos os mergulhos nos anéis. A lacuna entre Saturno e os anéis é de cerca de 2.400 quilômetros de largura e provavelmente repleta de partículas de gelo.
O Cassini está viajando pela lacuna a uma velocidade relativa de cerca de 124 mil quilômetros por hora, então até mesmo pequenas partículas podem ser mortais caso atinjam o veículo.
Para proteção, a antena de comunicações do Cassini, em formato de prato, foi temporariamente reposicionada para servir como escudo. O veículo irá realizar manobras similares durante mergulhos subsequentes. O próximo mergulho é planejado para terça-feira.
Em seu mergulho final, em 15 de setembro, está previsto que o Cassini vai se destruir ao voar diretamente para a atmosfera de Saturno.
Durante sua primeira passagem dentro dos anéis, o Cassini passou a cerca de 3 mil quilômetros do topo das nuvens de Saturno e a 300 quilômetros de seu anel mais interno.
O Cassini tem estudado Saturno, o sexto planeta a partir do Sol, e suas 62 luas conhecidas desde julho de 2004, mas está ficando sem combustível.
A Nasa planeja bater o veículo contra Saturno para evitar qualquer chance do Cassini um dia colidir contra luas com oceanos que podem potencialmente acolher vida microbiana nativa.