Por Giuseppe Fonte e Gavin Jones
ROMA (Reuters) - O vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, descartou eleições antecipadas nesta quinta-feira, refutando os rumores de que capitalizará um triunfo nas eleições parlamentares europeias para tentar concentrar o poder de seu partido de direita Liga.
Na eleição europeia de domingo, a Liga massacrou seu parceiro de coalizão, o anti-establishment Movimento 5 Estrelas, alimentando a especulação de que Salvini pode descartar o parceiro e convocar uma nova votação como chefe de um bloco de partidos conservadores menores.
Falando a repórteres no Parlamento, Salvini negou com ênfase as reportagens.
"Não haverá eleição antecipada, em setembro estaremos preparando o Orçamento", disse. "Se eu quisesse derrubar o governo não passaria dia e noite elaborando propostas de políticas... há muitas coisas a fazer, não quero uma eleição antecipada."
Desde a eleição europeia, Salvini tem se comportado como se já fosse o premiê, prometendo cortes de impostos amplos e pedindo mudanças nas regras orçamentárias da União Europeia, enquanto o 5 Estrelas lambe as feridas e tenta resolver uma crise de liderança.
A estratégia de Salvini parece ser ditar a pauta política enquanto insiste que o governo deve continuar, sabendo que, se o 5 Estrelas se curvar às suas exigências, corre o risco de perder mais apoio entre seu eleitorado mais fiel.
Se não o fizer, isso pode provocar o colapso da coalizão e a realização de nova eleição, que provavelmente beneficiaria Salvini.
(Reportagem adicional de Angelo Amante e Riccardo Bastianello)