Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar exibia leve baixa ante o real, monitorando a valorização da moeda no exterior depois que dois dirigentes do Federal Reserve, banco central norte-americano, sinalizaram para um aumento iminente da taxa básica de juros do país, mas com investidores enxergando pouco espaço para elevações robustas.
Às 14:09, o dólar recuava 0,43 por cento, a 3,0999 reais na venda, depois de ter acumulado baixa de 1,20 por cento em fevereiro. O dólar futuro registrava valorização de cerca de 0,10 por cento.
"O dólar já tinha subido bem na sexta-feira, com investidores se protegendo da folga prolongada. Hoje, não enxergam que há espaço para ir muito além", comentou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado.
Os presidentes do Fed de Nova York, William Dudley, e de San Francisco, John Williams, sinalizaram para uma alta de juros em breve.
Na abertura, a moeda teve uma valorização mais firme ante o real, influenciada por declarações de dirigentes do Fed, mas o movimento perdeu força. No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas.
Com essas falas, as apostas de que a autoridade monetária dos Estados Unidos subirá a taxa básica de juros em março estavam em 69 por cento, ante 35 por cento na terça-feira, mostrava a ferramenta FedWatch, do CME Group..
A moeda operava de forma mista ante divisas emergentes, avançando ante a lira turca e peso chileno, mas caindo ante o rand sul-africano e peso mexicano
Os especialistas também avaliavam que o mercado brasileiro tem sido bastante influenciado por fundamentos internos, com a trajetória de queda da Selic, recuo da inflação e perspectiva de que o pior para a economia pode já ter ficado para trás.
"Com isso, o dólar não consegue neste momento ter força para se valorizar ante o real como ante outras moedas emergentes. O mercado precisa de novidades para ir além", comentou o trader da Ourominas Corretora, Maurício Gaioti.
A volta da folga do Carnaval era marcada por uma liquidez mais baixa, comentaram os profissionais.
"Isso pode acabar interferindo na trajetória da moeda, já que poucos negócios podem 'levar'o mercado", resumiu um operador de câmbio de uma corretora local.
(Por Claudia Violante)