Por Gabrielle Tétrault-Farber e Emma Farge
GENEBRA (Reuters) - O chefe de direitos humanos da ONU condenou a invasão "sem sentido" da Rússia à Ucrânia nesta segunda-feira, no início de uma sessão do Conselho de Direitos Humanos em que países buscam fortalecer o escrutínio dos supostos crimes de guerra de Moscou e melhorar o tratamento da China à população muçulmana Uighur.
Em um de seus primeiros discursos para o conselho de 47 membros, o alto comissário da Organização das Nações Unidas, Volker Turk, alertou que as conquistas dos direitos humanos estavam sendo refreadas e até revertidas, citando a invasão russa da Ucrânia como um exemplo de opressão.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse em um discurso separado que a guerra desencadeou "violações gigantescas" de direitos.
Durante o encontro, que dura até 4 de abril, muitos países buscarão estender e aprofundar o mandato de um órgão de investigação da ONU criado para apurar possíveis atrocidades na Ucrânia.
Kiev, que pediu o estabelecimento de um tribunal especial para processar a liderança política e militar da Rússia pela invasão, disse que o órgão é essencial para garantir que a Rússia seja responsabilizada.
Vários países pediram especificamente que o órgão da ONU investigue a suposta transferência de milhares de crianças da Ucrânia para a Rússia, ato que o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia descreveu como um "crime genocida".
"O que poderia ser mais abominável do que tirar as crianças de suas casas?", disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.
"Não vamos descansar até que todas as crianças estejam em casa."
(Reportagem de Gabrielle Tétrault-Farber e Emma Farge)