Por Maayan Lubell e Ali Sawafta
JERUSALÉM/RAMALLAH, Cisjordânia (Reuters) - Ao menos dois palestinos foram assassinados e 16 israelenses ficaram feridos nesta quinta-feira em um surto de violência em Jerusalém e na Cisjordânia sob ocupação, onde a revolta palestina contra um plano de paz dos Estados Unidos é grande.
A proposta anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, daria a Israel a maior parte do que o país buscou durante décadas de conflito, incluindo a cidade sagrada disputada de Jerusalém e quase todas as terras ocupadas em que construiu assentamentos.
Na Cisjordânia, tropas israelenses mataram a tiros dois palestinos, um durante confrontos violentos, e um soldado israelense ficou levemente ferido ao ser alvejado por um carro em movimento, disseram autoridades.
Em Jerusalém, um carro atropelou soldados israelenses, ferindo ao menos 14 deles.
"É só uma questão de tempo – e não muito tempo – até pegarmos o agressor. O terrorismo não nos derrotará, venceremos", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em um comunicado após o incidente em Jerusalém.
Em um ataque separado na entrada da Cidade Velha murada de Jerusalém, um atirador, identificado por autoridades de segurança israelenses como um cidadão árabe de Israel, feriu ligeiramente um policial paramilitar de fronteira e foi morto a tiros.
Na cidade de Jenin, na Cisjordânia, um jovem de 19 anos foi morto a tiros por tropas enquanto atirava pedras contra eles, disseram palestinos.
Um porta-voz militar israelense disse que o incidente ocorreu depois que soldados chegaram em Jenin para demolir a casa de um palestino que se envolveu no assassinato de um colono judeu em 2018.
Autoridades palestinas disseram que um policial palestino foi morto por disparos israelenses em uma delegacia de Jenin. As autoridades israelenses não comentaram, e não ficou claro se este incidente teve relação direta com os choques na cidade da Cisjordânia.
Na quarta-feira, tropas israelenses mataram um palestino de 17 anos a tiros em outra parte da Cisjordânia, dizendo que ele lançou um coquetel molotov contra eles durante um protesto violento contra o plano de Trump. Ele foi a primeira pessoa a morrer desde que a proposta foi anunciada.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, repreendeu Israel pelas mortes, ligando-as ao que Trump apregoou como o "acordo do século".
(Reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi em Gaza e Dan Williams and Dedi Hayun em Jerusalém)