Por Roberta Rampton e Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - Os Estados Unidos impuseram uma nova rodada de sanções contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nesta segunda-feira, em reação à violência empregada para impedir a entrega de alimentos e remédios ao país economicamente devastado durante o final de semana.
O Departamento do Tesouro dos EUA disse que está sancionando quatro governadores pró-Maduro e bloqueando quaisquer bens que controlem nos EUA. O vice-presidente, Mike Pence, disse que o bloqueio à entrada de ajuda aumentou a determinação de seu país de apoiar o líder opositor Juan Guaidó.
Falando antes do início da reunião do Grupo de Lima, em Bogotá, Pence disse que os EUA ficarão ao lado de Guaidó até que a liberdade seja restaurada na nação rica em petróleo.
O anúncio das novas sanções ocorreu enquanto Pence e Guaidó se reuniam com membros do bloco de nações que vai da Argentina ao Canadá e se dedica a uma resolução pacífica da crise venezuelana.
"Estamos com vocês 100 por cento", disse Pence antes do início da reunião. "Quero garantir a você, presidente Guaidó, que os eventos trágicos deste último final de semana só fortaleceram a determinação dos Estados Unidos de ficarem ao seu lado... continuaremos ao seu lado até sua libertad ser restaurada", acrescentou o vice norte-americano usando a palavra liberdade em espanhol.
Ao menos três pessoas foram mortas e quase 300 ficaram feridas durante protestos e confrontos no sábado, quando comboios de ajuda humanitária tentaram ingressar na Venezuela para entregar alimentos e remédios.
"Nos próximos dias... os Estados Unidos anunciarão sanções ainda mais fortes contra as corruptas redes financeiras do regime", disse Pence em seu discurso no encontro. "Vamos trabalhar com todos vocês para encontrar o último dólar que eles roubaram e trabalhar para devolvê-lo à Venezuela."
Guaidó, sentado junto a Pence na reunião, exortou o bloco a cogitar "todas as opções" para afastar Maduro.
Ao contrário do Grupo de Lima, do qual os EUA não são membro, o governo Trump se recusou por ora a descartar o uso de força militar.
O vice-presidente Hamilton Mourão reforçou a posição brasileira contra uma intervenção militar.
"O Brasil acredita firmemente que é possível devolver a Venezuela ao convívio democrático das Américas sem qualquer medida extrema", disse Mourão em seu discurso, no qual também defendeu a realização de eleições livres no país vizinho.