NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A eleição de Donald Trump como próximo presidente dos Estados Unidos foi vista com incredulidade e desânimo nesta quarta-feira por alguns representantes da Organização das Nações Unidas e diplomatas em meio a incertezas sobre sua política externa e provável engajamento com o órgão mundial.
Trump, um republicano, descreveu a ONU como fraca e incompetente e ameaçou deixar um acordo global para combater mudanças climáticas — um alicerce do legado do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que deixa o cargo no fim de 2016 após cumprir dois mandatos de cinco anos.
"As Nações Unidas não são uma amiga da democracia, não são uma amiga da liberdade, não são nem uma amiga dos Estados Unidos", disse Trump durante discurso em março.
Os Estados Unidos são um membro com poder de veto do Conselho de Segurança da ONU e o maior contribuinte financeiro da organização. Há muito tempo, republicanos têm sido relutantes em pagar dívidas, acusando o órgão de desperdício e parcialidade.
Ban Ki-moon disse nesta quarta-feira esperar que o governo Trump fortaleça os laços da cooperação internacional.
"Pessoas de todo lugar esperam que os Estados Unidos usem seu notável poder para ajudar a elevar a humanidade e para trabalhar em prol do bem comum", disse Ban Ki-moon a repórteres.
Um diplomata de alto escalão do Conselho de Segurança, falando sob condição de anonimato, disse que a política externa de Trump até o momento "não era muito coerente" e sua vitória não parecia boa para a eficácia futura do conselho.
Vários diplomatas da ONU ressaltaram uma falta de clareza de Trump sobre a política externa.
(Por Michelle Nichols)