Por Andrew Goudsward
(Reuters) - A polícia fracassou ao responder a um massacre em uma escola de ensino fundamental em Uvalde, no Texas, em 2022, que terminou com a morte de 19 crianças e dois professores, concluiu nesta quinta-feira o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, dizendo que as vítimas “mereciam mais”.
O relatório culpou policiais pela espera de mais de uma hora para que entrassem na sala de aula onde um homem armado de 18 anos estava trancado com 33 estudantes e três professores, apesar dos pedidos de socorro feitos pelas crianças.
“As vítimas e os sobreviventes do massacre na Robb Elementary School mereciam mais”, afirmou o procurador-geral, Merrick Garland, em coletiva de imprensa em Uvalde, dizendo que a resposta policial “foi uma falha que não deveria ter acontecido”.
O relatório culpou os policiais por não confrontarem o autor do massacre imediatamente. Ele ficou enclausurado em salas de aula adjacentes por 77 minutos, até ser morto pela equipe tática da polícia.
“Vidas poderiam ter sido salvas” se a polícia tivesse seguido as práticas corretas e avançado imediatamente em direção ao autor, afirmou Garland.
O relatório concluiu que os primeiros policiais no local se dirigiram para a sala na tentativa de invadi-la mas, após serem recebidos com tiros, passaram a considerar a crise como um “cenário com sujeito em barricada”, e não um massacre em curso.
Os policiais, incluindo o chefe da força policial do distrito, concentraram-se em retirar os demais alunos das outras salas e pedir reforços, deixando as crianças presas nas salas com o agressor, de acordo com o documento.
Policiais esperaram no corredor mesmo com uma criança tendo ligado para a polícia de dentro da sala de aula e com o autor continuando a atirar, segundo o relatório.
A análise também descobriu erros de comunicação da polícia com famílias e com o público, incluindo uma postagem imprecisa em uma rede social indicando que os estudantes estavam a salvo dentro da escola e que o autor do massacre estava sob custódia.
As crianças mortas tinham entre 9 e 11 anos. Dois professores também morreram no massacre, realizado por um ex-aluno.
(Reportagem de Andrew Goudsward)