Por Alister Doyle
MARRAKESH (Reuters) - As políticas do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, provavelmente tornarão mais difícil para os países em desenvolvimento obter o financiamento crescente necessário para combater as mudanças climáticas, ameaçando um pilar de um acordo internacional de 2015 para retardar o aquecimento global.
As promessas de muitos países em desenvolvimento de agir sob o Acordo de Paris estabelecem condições prévias, incluindo aumentar os fundos para ajudá-los a limitar as emissões de gases de efeito estufa e tornar suas economias mais resistentes às ondas de calor, inundações, tempestades e elevação do nível do mar.
Sem dinheiro extra, eles dizem que não serão capazes de fazer tanto. Trump, que chamou a mudança climática provocada pelo homem de um engano, quer cancelar o Acordo de Paris e deter quaisquer fundos dos contribuintes norte-americanos para os programas de aquecimento global das Nações Unidas.
Se seguir em frente, isso ameaçará uma promessa coletiva das nações ricas em Paris de levantar financiamento climático de fontes públicas e privadas.
Desde a vitória de Trump,nações da China à Arábia Saudita reafirmaram seu apoio ao objetivo do Acordo de Paris de eliminar as emissões líquidas de gases de efeito estufa em algum momento entre 2050 e 2100.
Mas há um mal-estar generalizado em relação às finanças nas conversas de 7 a 18 de novembro sobre as mudanças climáticas, entre quase 200 nações, que estão sendo realizadas em Marrakesh, no Marrocos.
"Minha única preocupação é o dinheiro", disse Tosi Mpanu Mpanu, da República Democrática do Congo, que lidera um grupo dos 48 países menos desenvolvidos. "É preocupante quando você sabe que Trump é um cético de mudança climática", disse ele à Reuters.