Por John O'Brien
SEPANG, Malásia (Reuters) - Um Sebastian Vettel exultante discorreu longamente sobre a importância de sua primeira vitória para a Ferrari quando conversou com os repórteres após seu triunfo no Grande Prêmio da Malásia no domingo, mas seu sorriso escancarado já dizia quase tudo.
Ele voltou, a Ferrari voltou e, o principal, a Fórmula 1 voltou.
Vettel teve um desempenho surpreendente e improvável em Sepang, ultrapassando a Mercedes de Lewis Hamilton, que largou na pole, graças à habilidade da Ferrari de tirar o máximo dos pneus de resistência média, que são mais rápidos, no calor sufocante da Malásia.
A equipe também foi soberba na tática, optando por manter o tetracampeão na pista durante uma entrada do safety car logo no início da prova enquanto as outras escuderias foram aos boxes para colocar pneus novos, e Vettel aproveitou a vantagem até a bandeirada final.
O alemão e a Ferrari não só conquistaram suas primeiras vitórias desde 2013 como têm razões para sonhar com uma corrida pelo título ao finalmente encontrar uma maneira de derrotar a dominadora Mercedes "jogando limpo", como disse Vettel.
A temporada 2015 só teve duas corridas, mas antes do GP da Malásia a Fórmula 1 estava assolada por manchetes negativas e temerosa de que a Mercedes fosse ganhar tudo de lambuja.
Christian Horner, chefe da Red Bull, outrora imbatível com Vettel e hoje em dificuldades, insinuou que a Mercedes precisava ser contida pelas autoridades para equilibrar a competição.
O próprio GP da Alemanha tinha sido cancelado por causa da falta de recursos, e a confusão resultante do acidente de Fernando Alonso durante a pré-temporada e sua ausência da corrida inaugural em Melbourne ajudaram a piorar o ambiente.
Uma vitória da Ferrari foi a injeção na veia que a modalidade precisava. Como afirmou Nico Rosberg, da Mercedes, no pódio de Sepang, onde o time ficou com a segunda e a terceira colocações: "Tudo que posso dizer agora, em nome da nossa equipe, é: a disputa começou, Ferrari".
Vettel, seguindo os passos do compatriota e sete vezes campeão Michael Schumacher, realizou um sonho ao ir para a equipe italiana no final da temporada passada, mas ainda há muito trabalho pela frente.
"Desde que entrei na Ferrari me senti incrivelmente bem-vindo, e trabalhamos juntos para melhorar as coisas. O potencial, como eu já disse, é enorme, é bom ver o passo adiante que demos desde o começo do ano", declarou Vettel.