Por Cecile Mantovani
LAUSANNE, Suíça (Reuters) - O chefe da Agência Mundial Antidoping (Wada) disse nesta terça-feira que continua cético e preocupado com as práticas antidoping da Rússia, no momento em que alguns atletas do país se preparam para competir como neutros nos Jogos Olímpicos de Paris deste ano.
Falando no Simpósio Anual da Wada em Lausanne, o presidente da Wada, Witold Banka, afirmou ter recebido muitas perguntas de atletas preocupados com os russos que podem competir em Paris.
"O que posso lhes dizer é que todos eles continuam sujeitos a testes", disse ele.
Banka explicou que a Agência Internacional de Testes (ITA) e as várias federações esportivas internacionais estavam coletando amostras de atletas na Rússia, bem como daqueles que treinam ou competem no exterior.
Ele disse que a agência antidoping russa Rusada também estava realizando a quantidade necessária de testes e que todas as amostras estavam sendo transferidas para laboratórios credenciados pela Wada fora do país.
"Apesar disso e considerando o histórico, a Wada continua profundamente cética e preocupada quando se trata da Rússia", disse Banka.
"Precisamos permanecer vigilantes e não deixar pedra sobre pedra para garantir que toda a educação e os testes adequados sejam realizados antes de Paris."
Há anos a Rússia está envolvida em escândalos de doping que forçaram seus atletas a serem impedidos de competir sob sua bandeira e cores nacionais.
Embora a Rússia tenha reconhecido algumas deficiências em seu sistema antidoping, ela nega a existência de um esquema de doping patrocinado pelo Estado.
"Não se pode ter 100% de certeza e dar a garantia de que esse caso não voltará a acontecer", disse Banka, referindo-se ao escândalo de doping da Rússia.
"Mas posso lhes garantir que estamos muito mais bem equipados quando se trata de como reagir melhor a essa situação."
Atletas neutros da Rússia e de Belarus competirão sem bandeiras, emblemas ou hinos nacionais de seus países em Paris. Os atletas que apoiam ativamente a guerra na Ucrânia não são elegíveis, nem aqueles contratados pelos militares russos ou bielorrussos.