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Por Farouq Suleiman e Carlos Barria
LONDRES (Reuters) - A morte da rainha Elizabeth fez com que pessoas do Reino Unido e de todo o mundo formassem filas nas ruas de Londres para prestar suas homenagens -- uma mistura de nacionalidades, religiões, idades e origens.
Entre as dezenas de milhares de pessoas que esperaram mais de 14 horas para passar pelo caixão da monarca nesta sexta-feira, estavam veteranos que juraram dar suas vidas a serviço de sua rainha e outros que cresceram como filhos de ex-colônias britânicas.
Eles se reuniram para marcar um momento na história --o falecimento da monarca com o reinado mais longevo do Reino Unido.
Os enlutados mais velhos falaram de seu orgulho por uma monarca que ainda desempenhava funções no governo dois dias antes de morrer, enquanto os mais jovens comentaram a necessidade de testemunhar um evento nacional tão grandioso.
"Ela foi minha chefe por 24 anos", disse Martin Jervis, de 54 anos, de Suffolk, no leste da Inglaterra, vestindo sua boina naval e medalhas e explicando como, uma vez membro das Forças Armadas, tudo o que fez foi pela rainha.
"Esse orgulho, respeito e essa responsabilidade nunca desaparecem", disse ele.
Jervis estava na fila com seu primo Ricky Woods, de 51 anos desde a meia-noite. Ainda faltavam algumas horas para conseguir entrar no vasto e medieval Westminster Hall, quando ele falou com a Reuters por volta das 9h (horário local).
Embora as primeiras horas tenham sido marcadas por risos, conversas e partilha de histórias entre estranhos, Jervis disse que a atmosfera se tornou "um pouco mais séria, um pouco mais melancólica" à medida que avançavam ao longo do rio Tamisa em direção ao Parlamento.
DEMONSTRAÇÃO DE AFETO
Cordelia Stronge, de 56 anos, de Serra Leoa, falou de seu orgulho pela sua cidade adotiva, Londres, enquanto esperava na fila com dois membros da família que vieram da África Ocidental e estavam visitando a capital.
"Nós a conhecemos desde que éramos crianças", disse ela à Reuters, usando um lenço colorido azul e amarelo. "Serra Leoa, de onde venho, era uma colônia sob o Império Britânico, então ela significa muito para nós."
A morte da rainha Elizabeth tem gerado uma onda de comoção por todo o Reino Unido, com homens e mulheres idosos, alguns em antigos uniformes militares, caminhando lenta e silenciosamente entre o mar de tributos florais deixados nos parques reais e na parte de fora dos palácios reais.
Ao mesmo tempo, também chegaram muitos observadores mais jovens, com o celular em mãos, para celebrar uma vida e uma ocasião.
"Eu nunca vou fazer parte de algo assim novamente", disse Jane Ganeshalingam, estudante de medicina de 25 anos, que estava na fila com sua mãe e explicou que sua memória mais antiga na vida vem de uma celebração da rainha, quando sua escola distribuiu marcadores de livros.
"Parte de ser britânico, eu acho, é simplesmente ter uma rainha ou ter a rainha Elizabeth 2ª no trono."