O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, criticou na 6ª feira (20.set.2024) a iniciativa de paz proposta em maio pela China e pelo Brasil para encerrar o conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Disse que não acredita que a iniciativa seja um “plano concreto”
Segundo AFP, Zelensky declarou que não vê “ações ou etapas específicas, mas apenas uma certa generalização de procedimentos”. Além disso, o líder ucraniano afirmou que se opõe à possibilidade de fazer uma “pausa” no conflito, em vez disso, segundo ele, é necessário “uma paz estável”.
Na 4ª feira (11.set), Zelensky já havia criticado a proposta. Em entrevista ao Metrópoles, disse que a proposta do Brasil e da China é “destrutiva” e é “apenas uma declaração política”.
“Nós não perguntaram nada. Bem, definitivamente não se trata de justiça, não se trata de valores. Definitivamente tem uma falta de respeito pela Ucrânia e sem respeitar a integridade territorial de que tanto falam China e Brasil. Não somos tolos”, disse Zelensky.
Acordo Brasil e China
O assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência, Celso Amorim, assinou em maio uma proposta que defende uma “resolução política” para o conflito da Ucrânia com a Rússia. A declaração foi feita em parceria com o governo chinês e assinada pelo ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
No texto, os 2 governos dizem acreditar que a negociação é a “única solução viável” para a crise. O documento defende que sejam criadas condições para a retomada do diálogo direto para promover “desescalada” da situação até que os envolvidos cheguem a um cessar-fogo.
“O Brasil e a China apoiam uma conferência internacional de paz realizada em um momento apropriado, que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes, além de uma discussão justa de todos os planos de paz”, diz o texto. Eis a íntegra (PDF – 94 kB).
Relação China e Rússia
A China possui relações próximas com a Rússia. No dia 16 de maio, o presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, em uma visita oficial a Pequim. Durante o encontro, realizado no Grande Palácio do Povo, ambos se comprometeram a estreitar os laços entre os países e se opor aos Estados Unidos.
Além da diplomacia, os presidentes discutiram questões relacionadas à economia, saúde e investimentos. De acordo com a Al Jazeera (emissora estatal da monarquia do Qatar), Xi afirmou que a China e a Rússia são “uma força estabilizadora no mundo face à hegemonia crescente”.