MADRI (Reuters) - O espanhol Santander teve alta de 32 por cento no lucro líquido do primeiro trimestre, impulsionado por melhores resultados no Reino Unido e no Brasil, enquanto o maior banco da zona do euro toma medidas para impulsionar os empréstimos.
Sob o comando de Ana Botín, o banco espanhol está tentando impulsionar receitas ao expandir o crédito e ganhar clientes, deixando para trás a dependência de aquisições. Os empréstimos a clientes do grupo subiram 8 por cento, apesar de terem tido uma leve queda em seu mercado doméstico, disse o banco nesta terça-feira.
Seus concorrentes domésticos também têm tido dificuldades de impulsionar o estoque de crédito apesar da aceleração da recuperação, enquanto a fraca demanda por empréstimos e as baixas taxas de juros pesam na retomada após a crise financeira.
O Santander compensou uma crise no mercado imobiliário e recessão no mercado doméstico com ganhos no exterior, que ainda estão impulsionando o lucro. O lucro líquido subiu em nove dos dez principais países no trimestre na comparação anual, com exceção do Chile.
Encargos menores com crédito inadimplente ajudaram a impulsionar em 41 por cento o lucro no Brasil, uma unidade importante do grupo que enfrenta potenciais dificuldades com a desaceleração econômica. No Reino Unido, que também representa cerca de um quinto do lucro do grupo, o lucro líquido em libras subiu 14 por cento.
O Santander como um todo publicou lucro líquido de 1,72 bilhão de euros, em linha com as expectativas. O banco disse que o euro mais fraco na comparação com o dólar e a libra impulsionou o lucro quando convertido na moeda da zona do euro.
Ana Botín, que assumiu como presidente do Conselho no lugar de seu falecido pai, Emilio Botín, em setembro, ampliou os níveis de capital com uma oferta de ações de 7,5 bilhões de euros em janeiro para dar suporte à investida sobre os empréstimos.
Alguns analistas afirmaram que os resultados do banco foram positivos, especialmente com o crescimento da receita com taxas e empréstimos, mas enfatizaram que o avanço do crédito continuará a demandar capital.
(Por Sarah White e Jesús Aguado)