Abaixo vemos 2 gráficos.
O primeiro, o gráfico do índice CRB de commodities, o índice de commodities mais utilizado pelos mercados como referência.
O outro, o índice "XLF", o índice do setor financeiro americano.
Fica claro que o rally dos últimos 30-45 dias nos mercados americanos e, por conseguinte, no mundo inteiro, com algumas exceções, tem se restringido aos bancos.
Aqui, e no meu blog tenho resgatado alguns gráficos das maiores mineradoras do mundo, como VALE, BHP e Rio Tinto, para explicitar algumas dessas particularidades.
Enquanto vemos abaixo o "CRB" dar mostras de cansaço, o "XLF" rompe máximas e máximas, dia, após dia. O índice "CRB", inclusive, já está com sua média móvel exponencial de 13 períodos cruzada pra baixo sobre sua média móvel exponencial de 21.
E qual a interpretação pra isso?
Ora, as últimas transfusões de liquidez orquestradas pelos Bancos Cerntrais do mundo inteiro, a partir do Banco Central Europeu, de cerca de 1 trilhão de euros, deram "sobrevida" a ínúmeros bancos que, inertes, se recusavam a emprestar um ao outro, diante da insegurança a respeito de quem estava bem, e quem não estava.
Sem essa transfusão, muitos cadáveres estariam pelo chão. Com a "sobrevida", veio o rally.
No entanto, isso não tem nada a ver com a ECONOMIA REAL.
A Economia real padece, sofre, emite sinais de absoluta fadiga, explicitando um quadro econômico mundial em forte desaceleração econômica.
Por isso, as commodities caem de preço e volume, e os gráficos evidenciam o quadro citado.
Isso está correto ? Claro que não. Não estou aqui pra crucificar o banco "A" ou "B", mas é fato, que o dinheiro dado aos bancos tem que, em tese, girar pra "fazer valer a pena". Caso contrário, apenas e, tão apenas, salvará os bancos e seus acionistas, porém, não salvará a Economia Real.
Algumas pistas começam a ser dadas acerca dessa incógnita sobre o giro ou não do dinheiro na economia real.
A Taxa Libor de 3 meses teria que dar um sinal mais acentuado de queda após a injeção de liquidez do Banco Central Europeu; uma queda poderia indicar que o dinheiro estaria circulando a uma velocidade razoavelmente normal.
No entanto, o gráfico abaixo não dá sinais claros que a queda esteja numa velocidade acentuada nos últimos 30 dias.
Por ora, o que vale é ainda o "Too big to fail". A Economia, o emprego, o consumo, tudo isso, está "de lado".