Publicado originalmente em inglês em 25/08/2021
As commodities industriais são matérias-primas geralmente usadas em projetos de infraestrutura e construção. Em vista disso, os preços do cobre, metais ferrosos, como o aço e metais de nicho, como o cobalto, além do petróleo e da madeira, recebem muita atenção quando analistas discutem o setor industrial.
No primeiro semestre de 2021, os preços do aço e do cobre saltaram bastante, graças à recuperação econômica mundial. A ênfase do presidente americano Joe Biden em gastos com infraestrutura também tem contribuído para essas commodities.
Mas, desde maio, Wall Street, vem prestando atenção aos acontecimentos na China, cuja economia depende de commodities industriais. As autoridades chinesas rechaçaram especulações que poderiam alçar os preços das commodities. Com isso, os preços de várias commodities industriais recuaram em relação às suas máximas recentes.
Dessa forma, discutimos hoje dois fundos com cotas negociadas em bolsa (ETFs) que podem interessar a investidores que desejam aproveitar as correções nas commodities industriais para comprá-las. Esses fundos também podem ser do interesse de quem quer investir na transição para a economia verde.
Segundo o RBC Wealth Management:
“Iniciativas como: geração e armazenamento de energia renovável; uso de eletricidade de descarbonizar grandes emissores, como fabricação de ação e refino de petróleo, além de transporte ferroviário e marítimo; a substituição de veículos com motores à combustão interna por veículos elétricos; e a adoção de novas tecnologias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, exigirão elevada oferta de metais como cobre, aço, níquel, lítio e cobalto”.
De posse dessas informações, aqui estão nossos dois ETFs de hoje:
1. Invesco DB Base Metals
- Preço atual: $20.46
- Média de 52 semanas: $14.61 - $21.45
- Retorno do dividendo (Yield): 1.35%
- Taxa de administração: 0,84% ao ano
O fundo Invesco DB Base Metals (NYSE:DBB) oferece exposição ao mercado futuro de commodities. Os investidores do DBB podem participar de movimentos dos contratos futuros de alumínio (40,2%), zinco (20,95%) e cobre (40,80%). Parte do patrimônio do fundo também está investida em títulos públicos americanos. Em artigos anteriores, falamos sobre diversos aspectos do investimento no mercado futuro.
O fundo DBB rastreia os retornos do índice DBIQ Optimum Yield Industrial Metals Index Excess Return. Tanto o índice quanto o fundo são rebalanceados e reconstituídos anualmente, em novembro. O fundo começou a ser negociado em janeiro de 2007 e possui um patrimônio líquido de US$408 milhões.
No último ano, o DBB subiu 32,7%. No acumulado do ano, seu retorno é de 165%. Sua máxima plurianual foi tocada em 10 de maio. Desde então, o fundo se desvalorizou cerca de 6,5%. Investidores que analisam gráficos técnicos podem se interessar em saber que o nível de US$19,50-20,00 deve atuar como suporte.
Quem acredita que os metais de base estejam em bull market pode considerar um declínio do DBB como oportunidade de compra. Também vale a pena notar que a visão dos investidores quanto aos níveis de inflação também afeta os preços dos metais comuns, já que são considerados como uma proteção contra a inflação.
Por fim, não seria demais lembrar que os retornos totais baseiam-se não só nos preços à vista, mas também o retorno da rolagem. Os investidores que não conhecem muito bem termos importantes, como backwardation, contango e o efeito dos custos de carregamento, podem revisar esses assuntos antes de investir em um fundo focado em contratos futuros.
2. SPDR S&P Metals & Mining
- Preço atual: US$44,02
- Média de 52 semanas: US$22,36 -47,85
- Retorno do dividendo (Yield): 0,74%
- Taxa de administração: 0,35% ao ano
Nosso próximo fundo pode interessar aos leitores que gostariam de investir em ações, em vez de contratos futuros. O fundo SPDR® S&P Metals and Mining (NYSE:XME) investe nos segmentos de metais e mineração do índice S&P 500. Essas empresas focam subindústrias, como alumínio, cobre, aço, metais, mineração, metais preciosos, carvão e combustíveis consumíveis.
O XME possui 29 participações e rastreia o índice S&P Metals & Mining Select Industry. O fundo começou a ser negociado em junho de 2006. Em termos setoriais, temos aço (45,50%), seguido de alumínio (15,84%) e ouro (12,46%). Seus 10 principais nomes respondem por metade do seu patrimônio líquido de US$1,84 bilhão.
Entre os principais nomes da carteira estão os pesos-pesados do aço Nucor (NYSE:NUE) (SA:N1UE34), Steel Dynamics (NASDAQ:STLD); o grupo de materiais de terras raras MP Materials (NYSE:MP); a produtora de bauxita, alumina e alumínio Alcoa (NYSE:AA); e a Commercial Metals (NYSE:CMC), que recicla e comercializa produtos metálicos.
O fundo retornou 78,5% no último ano e 29% até agora em 2021. O XME tocou a máxima plurianual no início de junho. Desde então, o ETF já se desvalorizou cerca de 10%. Os investidores interessados podem considerar compras em torno de US$42,50 ou abaixo.