Açúcar: Agosto pode trazer o ponto de inflexão

Publicado 14.07.2025, 09:08
Atualizado 14.07.2025, 09:08

O contrato futuro de açúcar em NY com vencimento outubro/25 encerrou a semana cotado a 16.56 centavos de dólar por libra-peso, registrando uma leve alta de 18 pontos em relação à sexta-feira anterior — o equivalente a 4 dólares por tonelada. Esse movimento foi mais evidente nos contratos de vencimento mais curto, enquanto os vencimentos mais longos, especialmente os que abrangem parte da safra 2026/27 em diante, recuaram.

Essa divergência na curva de preços reflete o movimento de fixações por parte das usinas, que estão atentas aos valores disponíveis — em reais por tonelada — para as safras 2026/27 e 2027/28. A valorização do dólar na semana, de aproximadamente 2.6 %, estimulada pela instabilidade gerada pela taxa imposta pelo presidente norte-americano sobre todas as importações de produtos brasileiros, que entrará em vigor em 1º de agosto próximo. O real se desvalorizou e abriu espaço para boas oportunidades de fixação, especialmente na curva futura de câmbio. No acumulado da semana, os valores médios dos açúcares para a safra 26/27 e 27/28 apreciaram 63 e 14 reais por tonelada, respectivamente. O dólar encerrou a semana valendo R$ 5.5624.

O cenário permanece nebuloso. O mercado aguarda a próxima atualização da UNICA, prevista para terça-feira, que poderá trazer mais clareza sobre o real impacto das geadas recentes, da perda de ATR e da queda no TCH relatadas por diversas usinas. As estimativas que apontam para uma produção de açúcar superior a 40 milhões de toneladas de açúcar no Centro-Sul parecem cada vez mais distantes da realidade que se observa no campo.

Pelos números observados até aqui, a produção de cana deverá ficar entre 569 e 595 milhões de toneladas. Mas, o ATR tem sofrido alterações significativas para baixo. Inúmeras simulações sugerem ser difícil que possa haver recuperação a partir de agora e a curva tende a ficar bem abaixo das duas últimas safras.

Outro ponto importante é o comportamento dos fundos. Eles estão vendidos um total de 132,248 lotes (cerca de 6.7 milhões de toneladas de açúcar equivalente). Não há dúvidas que para colocar o mercado para baixo os fundos precisaram de um volume de lotes significativo. Para colocar o mercado para cima, a velocidade de subida será maior do que vimos na descida, com uma quantidade menor de lotes. Em resumo, parece-nos que uma saída da posição será bem traumática. A questão de um milhão de dólares é qual será o gatilho para essa saída.

O mercado, como já apontamos em outras análises, tende a um ponto de inflexão na primeira quinzena de agosto, quando os dados acumulados deverão oferecer um quadro mais completo da safra. Até lá, os movimentos continuarão sendo fortemente influenciados por clima, câmbio, fundos e fundamentos.

Enquanto isso, sabe-se que pelo menos dois fundos gigantescos estiveram recentemente visitando empresas do setor agrícola: açúcar, café, suco de laranja, soja, algodão.

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E não é que Trump, com a sutileza de um hipopótamo em surto dentro de uma loja de cristais de Murano, conseguiu uma proeza geopolítica de manual de palhaçada internacional? Deu um sopro de vida a um governo Lula capengando, criando o vilão externo perfeito para animar a militância e tentar colar os cacos de uma base rachada. Um presente embalado com fita vermelha, branca e azul. De quebra, torpedeou a direita brasileira, que agora tenta explicar como um candidato sério pode bater continência para um gringo surtado que trata o Brasil como um puxadinho malcuidado do quintal americano. Mas o ápice da tragicomédia foi ver o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vestindo o boné MAGA como se fosse um pajem do Império em visita ao soberano. Uma cena que caberia num desfile escolar do século XVI — subserviência explícita travestida de alinhamento ideológico. O agro, que até ontem aplaudia discretamente, agora range os dentes diante de tanta bajulação internacional de quinta categoria. Enquanto isso, a direita se enrosca num dilema: como encontrar um candidato que não pareça uma caricatura de colônia agradecida ou um animador de auditório da extrema direita global? Difícil. O Brasil precisa de um estadista em 2026. Porque de sabujos de fala mansa, terno alinhado e calças arriadas, estamos em overdose.

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