Publicado originalmente em inglês em 06/04/2021
A operadora mundial de redes de cafeterias Starbucks (NASDAQ:SBUX) (SA:SBUB34) mostrou ser uma boa aposta durante a pandemia. Suas ações não só recuperaram as perdas do ano passado, como também superaram em muito o desempenho de outras redes internacionais de alimentação.
Essa notável virada ocorre depois do profundo impacto causado em seus negócios pela disseminação da Covid-19 ao redor do mundo, forçando escritórios a fechar as portas e clientes diários a ficar em casa. Em seu último balanço trimestral, as vendas globais nas mesmas lojas, medida-chave do sucesso de restaurantes, caiu 5%, mais do que os analistas esperavam.
Apesar dessa recuperação desigual nas vendas e dos efeitos ainda persistentes da pandemia em diversas partes do mundo, a forte recuperação dos papéis da Starbucks sugere que os investidores acreditam que o pior já tenha acabado para essa empresa sediada em Seattle.
Nos últimos seis meses, a SBUX saltou 24%, quase o dobro dos ganhos registrados pelo {{20090|Índice Dow Jones de Bares e Restaurantes}}. A ação fechou a US$ 111,02, na segunda-feira, uma alta de mais de 70% em relação ao fundo de março de 2020.
Como as ações estão perto da sua máxima histórica, é razoável questionar se ainda são uma boa compra. Será que grande parte das boas notícias já está precificada?
Muitos analistas acreditam que a Starbucks voltou a trilhar o caminho do crescimento, após um tumultuado ano, graças à reabertura dos seus dois maiores mercados, EUA e China, o que trará de volta as vendas e a expansão das margens de lucro. Esses mercados juntos respondem por até 61% do portfólio global da companhia, com 15.340 e 4.863 lojas, respectivamente.
O forte crescimento está voltando
A previsão é que as vendas cresçam 21% neste ano, um recorde de US$ 28,5 bilhões. Os analistas também veem uma retomada de 142% no lucro por ação, para US$ 2,83. Em 2022, eles preveem outro crescimento de 22% nos lucros. Se a reabertura da economia global continuar avançando, essas projeções podem acabar se mostrando conservadoras.
De acordo com uma nota recente de analistas da BMO, a Starbucks tem potencial para superar as atuais expectativas do mercado, com a aceleração da reabertura econômica mundial. A nota disse o seguinte:
“Consideramos que a SBUX se beneficiará com a reabertura e tem razoável potencial de alta nos anos fiscais de 2021/22, em parte graças às contribuições de transferências de vendas com a transformação da base de ativos nos EUA, aceleração digital, flexibilização da dinâmica competitiva na China e maior recuperação de margem”.
Outra razão que pode impulsionar os ganhos na Starbucks é sua agressiva reestruturação dos negócios. A pandemia forçou a Starbucks a repensar seu conceito central como um “terceiro local” além do trabalho e de casa, onde os clientes podem relaxar. A empresa agora planeja acelerar a implementação do seu conceito de retirada em loja, com estabelecimentos com formato menor, sem assentos para os clientes. Nos EUA, a Starbucks está fechando cerca de 800 lojas com baixo desempenho e construindo estabelecimentos com novos formatos, como cafés urbanos sem assentos e mais drive-thrus nos subúrbios.
Ao longo da próxima década, a rede planeja construir mais de 20.000 novos estabelecimentos, a fim de atingir sua meta de alcançar 55.000 lojas no ano fiscal de 2030, em comparação com as 33.000 unidades atuais.
“Estamos bem posicionados para investir nas áreas certas e fortalecer nossa vantagem competitiva, gerando crescimento consistente e sustentável nas próximas décadas”, declarou o CEO Kevin Johnson a investidores em dezembro.
Resumo
A Starbucks pode não ter muito espaço para subir no curto prazo após uma forte corrida nos últimos 12 meses, mas acreditamos que a ação é uma boa opção para comprar na queda visando crescimento no longo prazo.
A companhia tem um dividend yield anual de 1,63%, pagando US$ 0,45 por ação a cada trimestre, o que a faz ser uma boa candidata para investidores focados em renda. Seus proventos cresceram cerca de 18% ao ano no último triênio, o que destaca o forte foco da gerência no retorno de capital aos acionistas.