O Banco Central brasileiro começou a cortar juros antes do FED, inclusive, no dia 1º de novembro o Copom decidiu por mais uma redução, para 12,25%. Nossa economia, apesar de tantos problemas, parece estar em um caminho um pouco melhor do que a de outros grandes países. Porém, apesar de termos feito a lição de casa, não podemos ser tão otimistas como gostaríamos.
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Como já comentei em outras oportunidades, a nossa redução de juros, por mais necessária que seja, está batendo de frente com a alta dos juros nos Estados Unidos. A Bolsa brasileira depende muito do capital estrangeiro, assim, quanto maior a taxa de juros na maior economia do mundo, mais capital migra daqui para as bolsas de lá.
Imaginem que a taxa brasileira chegue aos 9%, e a estadunidense aos 6%. O que você iria preferir: ganhar 9% em real ou 6% em dólar? Sem contar a segurança que é investir nos Estados Unidos. Fora isso, temos ainda que resolver alguns problemas internos. As questões fiscais não foram resolvidas como o mercado esperava, pelo contrário, está havendo aumento de gastos públicos e isso contribui para a fuga de capitais.
Fuga esta que prejudica o desempenho das ações até dos nossos bancos. Apesar do peso que eles têm no índice Bovespa, tanto dinheiro saindo prejudica a performance desses papéis. E olha que os “bancões” tiveram resultados positivos no primeiro semestre e a expectativa é que mantenham bons resultados nos balanços do terceiro trimestre.
Mesmo com um cenário pouco positivo, comprar ações de bancos continua sendo um bom negócio. É o segmento que mais sabe ganhar dinheiro no Brasil. Lucram com juro alto ou baixo, com inflação ou deflação. E por essa razão não há porque deixar de ter papéis dessas instituições na carteira. A dica, no entanto, é para quem pensa em investir a longo prazo.
No curto e médio prazo pode ser dor de cabeça por causa de oscilações. Mas no longo prazo é lucro certo. Tanto que, se houver queda nos valores das ações dessas instituições, o melhor a fazer é comprar mais. Assim o investidor aumenta a posição no setor financeiro, garantindo uma fatia maior de dividendos e ainda poderá ganhar com a rentabilidade futura, quando essa tempestade passar.
Para efeito de informação, até o dia 9 de novembro, as ações do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) tiveram valorização de 2,19% (no mês) e de 52,2% no ano. É, de longe, o melhor ativo entre os bancos no momento. O único problema é que, por se tratar de um banco público, corre risco de ingerências políticas. Mas rezamos para que isto não aconteça.
O desempenho do Itaú, por sua vez, não foi tão bom no ano, mas é positivo. Em igual período, subiu 8,83% no mês e 13,57% no ano. O Bradesco (BVMF:BBDC4) vem melhorando. Em novembro, até o dia 9, alta de 9,16%, mas no ano a variação é de apenas 6,26%. Por fim, o Santander (BVMF:SANB11) valorizou 9,3% no ano, e 8,72% nos nove primeiros dias de novembro. Sabemos que as duas últimas instituições foram as mais prejudicadas com o caso Americanas (BVMF:AMER3), o que explica parcialmente o baixo desempenho.
Baixo desempenho no que diz respeito ao valor das ações porque os lucros continuam altos, acima do bilhões de reais. Como eu disse, mesmo em um cenário difícil, os bancões sempre têm algo bom para oferecer aos investidores. Se não for no curto prazo, com certeza será no longo prazo.