Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quarta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 01.10.2025, 04:07

Investing.com – Os principais índices futuros das bolsas dos EUA registravam queda nesta quarta-feira, após a paralisação do governo norte-americano ampliar a busca por ativos de proteção como o ouro, em meio a preocupações sobre os efeitos no crescimento econômico.

No Brasil, os investidores acompanham mais dados sobre o desempenho da economia, com a divulgação da pesquisa mensal da S&P Global com gerentes de compras do setor industrial, bem como a votação do projeto que isenta de Imposto de Renda quem recebe até R$ 5.000 por mês.

1. Governo dos EUA paralisa operações

O governo norte-americano suspendeu boa parte de suas atividades nesta quarta-feira, após um projeto emergencial de gastos apoiado pelos republicanos fracassar no Senado diante da oposição democrata.

Este é o 15º shutdown desde 1981 e o segundo no mandato do presidente Trump, que aproveitou o impasse para ameaçar novas demissões no funcionalismo.

Dezenas de milhares já perderam seus cargos este ano e mais de 150 mil servidores devem sair da folha de pagamento nesta semana após aceitarem indenizações, configurando o maior êxodo em oito décadas.

Sem sinais de uma solução de curto prazo, cresce o temor de que o fechamento se prolongue além dos episódios anteriores, dada a rigidez das posições políticas em Washington.

A paralisação mais longa da história ocorreu entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, durante 35 dias, também sob Trump, em meio ao embate sobre a segurança de fronteira.

O bloqueio atual deve atrasar a publicação do relatório de emprego de setembro, prevista para sexta-feira, afetar o tráfego aéreo, suspender pesquisas científicas, postergar o pagamento a militares e colocar 750 mil funcionários federais em licença não remunerada, com impacto estimado de US$ 400 milhões por dia.

2. Futuros dos EUA recuam

Os contratos futuros de ações norte-americanas operaram em queda nesta quarta-feira, refletindo o impasse político e a preocupação com a atividade econômica.

Às 8 h de Brasília, o S&P 500 futuro recuava 55 pontos (-0,52%), o Nasdaq 100 cedia 155 pontos (-0,6%) e o Dow Jones perdia 295 pontos (-0,6%).

Na véspera, os principais índices fecharam em terreno positivo apesar da perspectiva de paralisação, encerrando setembro com desempenho robusto: o S&P 500 acumulou alta de 7,8% no terceiro trimestre.

Historicamente, as paralisações não costumam pesar tanto sobre Wall Street, com o mercado acionário tendo avançado em média nas últimas cinco ocorrências.

Desta vez, porém, o cenário parece mais delicado, dado o desaquecimento do mercado de trabalho e a determinação do governo Trump em reduzir de forma acentuada a folha federal.

No radar desta sessão está a divulgação do relatório privado de emprego da ADP, além dos resultados da Conagra Brands (NYSE:CAG), que movimentam o setor corporativo.

3. Paralisação pode atrasar relatório de emprego

Uma das consequências imediatas da paralisação é a provável postergação do relatório oficial de emprego fora do setor agrícola (payroll) de setembro, amplamente aguardado pelos investidores.

O dado seria importante para avaliar a real trajetória do mercado de trabalho, cujo enfraquecimento foi determinante para o corte de juros do Federal Reserve no mês passado.

Comentários recentes de dirigentes do Fed levantaram dúvidas sobre novos cortes ainda este ano. A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, afirmou na terça-feira que seria necessária uma deterioração mais forte do mercado de trabalho para justificar reduções adicionais.

Dados divulgados na terça-feira mostraram alta marginal nas vagas em aberto em agosto, acompanhada de desaceleração nas contratações, em linha com o arrefecimento das condições de emprego que poderia abrir espaço para um novo corte de juros em outubro.

O relatório de emprego da ADP deve ser divulgado ainda hoje e a expectativa é de criação modesta de 50 mil postos no setor privado, possivelmente o último indicador de trabalho publicado caso a paralisação se prolongue.

4. Ouro atinge nova máxima histórica

O ouro renovou recorde nesta quarta-feira, à medida que a paralisação intensificou a busca por proteção.

O ouro à vista subiu para US$ 2.875,53 por onça, enquanto os contratos futuros de dezembro alcançaram US$ 3.903,45/oz.

O metal precioso acumula sucessivos recordes nesta semana em meio ao impasse político em Washington, que fragilizou o dólar e ampliou o fluxo para ativos considerados defensivos.

Outros metais também avançaram, com a platina e a prata atingindo os níveis mais altos em 12 e 14 anos, respectivamente, sustentados pela demanda de investidores por alternativas ao ouro.

Já o petróleo mostrou estabilidade após dois dias de queda. Os agentes do mercado acompanham os desdobramentos da paralisação e as negociações da Opep+ sobre o aumento da produção.

O contrato Brent avançava 0,4%, cotado a US$ 66,29 por barril, enquanto o WTI dos EUA subia 3%, a US$ 62,58.

Na segunda-feira, ambos registraram perda superior a 3%, maior recuo diário desde 1º de agosto, seguidos por nova baixa de 1,5% na terça-feira.

Segundo a Reuters, a Opep+ pode elevar a produção em até 500 mil barris por dia em novembro, volume três vezes maior que o acréscimo aprovado para outubro.

5. Setor industrial no Brasil

Na agenda econômica, os investidores aguardam o resultado da pesquisa mensal da S&P Global com gerentes de compras do setor industrial no mês de setembro, após o indicador recuar de 48,2 pontos em julho para 47,7 pontos em agosto, a contração mais forte desde meados de 2023. A queda de novos pedidos foi atribuída à demanda enfraquecida, à confiança reduzida dos clientes e ao impacto das tarifas dos EUA, embora vendas para Europa e América do Sul tenham atenuado parcialmente a perda.

No ambiente político, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com os chefes da Câmara e do Senado para alinhar a agenda legislativa e garantir a votação, nesta quarta, do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais.

Segundo o Poder360, a medida, se aprovada, dará ao Brasil a maior faixa de isenção do mundo, superando países como Estados Unidos e Japão.

O governo apoia o relatório do deputado Arthur Lira, que também ajusta a faixa de redução gradativa para R$ 7.350, e espera ainda votar em comissão mista a medida provisória 1.303/2025, que prevê mudanças na tributação de aplicações financeiras, incluindo o fim da isenção sobre letras de crédito do agronegócio e do setor imobiliário.

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