A trajetória do fundador da Microsoft (SA:MSFT34) (NASDAQ:MSFT), Bill Gates, é até hoje exemplo para milhares de empreendedores pelo mundo. Referência por sua estratégia, o bilionário pode apresentar boas lições financeiras.
Para Gates, a frase “invista como um otimista e poupe como um pessimista” é um guia desde os primórdios da Microsoft e parte do sucesso da empresa.
A trajetória do empreendedor
Com uma fortuna de mais de 120 bilhões de dólares, Gates aprendeu rapidamente o conceito de longo prazo e tomou risco em sua primeira oportunidade. Abandonou a faculdade de Harvard e focou em redes de computadores.
Extremamente visionário e otimista, Gates percebeu que todos no planeta que tivessem computadores precisariam de sistemas operacionais para atender às suas necessidades. Acertou em cheio.
Junto à necessidade de sistema veio a necessidade de inovação constante. O mundo tecnológico é rápido e instável, não dá para acertar uma vez e ficar parado.
Bill Gates economizou como pessimista
Entender esse princípio o fez mudar a chave para o modo totalmente pessimista, poupando uma enormidade de caixa que a Microsoft gerava. A filosofia de Gates era clara: manter o salário de todos da empresa em caixa por 12 meses. Era uma espécie de “reserva de emergência operacional”, mesmo a empresa tendo poucos colaboradores.
O mesmo empresário e investidor estava totalmente dividido entre suas atuações: uma extremamente otimista, tomando risco no mercado de softwares, e outra extremamente pessimista com o mercado, mantendo suas reservas grandes o suficiente para lidar com tempos ruins.
Lição financeira de bilhões
Os atributos de Gates o tornam um ótimo empreendedor e um ótimo investidor. No curto prazo, a incerteza é enorme, portanto faz todo o sentido ter uma reserva para lidar com o próximo imprevisto ou problema financeiro.
Em janelas maiores de tempo, acertando os ponteiros, a probabilidade joga a favor. Ou seja, no longo prazo, assumir riscos calculados eleva as chances de um investidor de obter resultados satisfatórios.
Assumir o risco de uma carteira de boas empresas a bons preços e com crescimento de resultados eleva as chances de ganho na Bolsa.
Nesse sentido, devemos ser otimistas com o longo prazo a partir do momento em que entendemos nossas escolhas e mantemos a nossa estratégia em foco. Por outro lado, devemos ser pessimistas com o curto prazo, assumindo que contratempos (pandemia, crises, guerras) poderão acontecer em janelas curtas.
Conectando a lição de Gates ao mundo dos investimentos, entendemos que, no curto prazo, devemos acumular, sim, grandes reservas, e no longo prazo investir religiosamente em ótimas empresas, acompanhando o desenvolvimento nos próximos 5, 10, 15 anos e surfando suas ondas de crescimento.