Moraes revê decisão sobre IOF para dispensar cobrança retroativa do tributo
Os preços do boi gordo iniciaram este mês registrando quedas um pouco intensas. No acumulado parcial de junho (de 31 de maio a dia 5 de junho), o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 registra recuo de 5%, fechando a R$ 145,50 nessa quarta-feira, 5. Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento está atrelado à forte retração de agentes, que estão atentos à reação do mercado internacional diante da notícia de um caso atípico de “vaca louca” em Mato Grosso. Como medida preventiva adotada pelo Ministério da Agricultura, os embarques de carne bovina à China – um dos principais destinos da proteína nacional, atrás apenas de Hong Kong – foram suspensos. Essa paralisação, que atende a uma cláusula do acordo sanitário entre o Brasil e o país asiático, duraria pelo menos um mês, mas o governo espera que esse período seja menor. Vale lembrar que, a demanda asiática somada ao dólar elevado têm favorecido o resultado com as exportações nacionais de carne bovina in natura. De acordo com dados da Secex, nos cinco primeiros meses, a receita em moeda nacional foi recorde e o volume embarcado, menor apenas que o de 2007.
SUÍNOS: RECEITA COM EXPORTAÇÕES SOBE MAIS DE 70% EM UM ANO E ATINGE RECORDE
Com a queda na produção de suínos na China, devido aos casos de Peste Suína Africana (PSA), o país vem aumentando o volume importado das proteínas brasileiras. Considerando-se especificamente a carne suína in natura, em maio, a receita em Reais auferida pelos exportadores foi a maior da série histórica da Secex, iniciada em outubro de 2002. Segundo pesquisadores do Cepea, três fatores contribuíram para o resultado recorde em maio: o maior volume embarcado, a valorização da proteína e a alta do dólar. Vale lembrar que o preço mais elevado da carne que é exportada aumenta a atratividade do mercado internacional frente à do doméstico. Segundo a Secex, o Brasil exportou 58,1 mil toneladas de carne suína in natura em maio – o maior volume desde agosto/17, quando as vendas totalizaram 58,9 mil t. O resultado de maio também representa avanços de 14% frente ao de abril e de 41% em relação ao de maio/18. Quanto ao preço pago pela proteína brasileira, houve alta de 5% de abril para maio, a US$ 2,27/kg (R$ 9,06) no último mês. Em relação a maio/18, a carne exportada está 11% mais cara, em termos nominais. O montante gerado com as exportações de carne suína in natura em maio, por sua vez, foi de R$ 526,32 milhões, recorde na série histórica da Secex, 22% superior ao de abril e 73% maior do que o de maio/18.
ALFACE: PREÇOS PODEM SUBIR EM SP NO CORRER DE JUNHO
Depois de recuarem em maio, as cotações das alfaces devem subir no decorrer de junho nas praças de Mogi das Cruzes e Ibiúna (SP). Isso porque, com a redução da oferta – ocasionada pelo menor volume plantado e pelo atraso no ciclo de desenvolvimento das folhosas, devido ao frio –, a quantidade de mercadoria destinada à comercialização tende a diminuir, resultando em menos sobras e descartes. A demanda, por outro lado, não deve se elevar em relação a maio, por conta da chegada da frente fria, que costumar reduzir a procura. Outro ponto importante a ser destacado é que, de acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea, a qualidade não deve limitar as altas dos preços, visto que a incidência de míldio e demais doenças típicas de inverno ainda não é tão evidente frente ao observado em anos anteriores. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, produtores têm investido mais em sementes resistentes ao míldio, reduzindo a incidência da doença na lavoura.