MDNE3: Moura Dubeux bate consenso de receita e lucro no 2T25; rali continua?
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam com variações modestas nesta quarta-feira, conforme os investidores navegaram por uma sessão marcada pelo anúncio de um plano de contingência do governo contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e por dados econômicos.
No fim da tarde, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 estava em 13,93%, ante o ajuste de 13,964% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,22%, ante o ajuste de 13,197%.
Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,43%, ante 13,34% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,56%, ante 13,48%.
No início do dia, as taxas futuras chegaram a recuar de forma acentuada, principalmente em contratos de prazo mais longo, uma vez que dados de vendas no varejo brasileiro bem piores do que o esperado fizeram investidores ajustarem as perspectivas sobre o futuro da política monetária no país.
O IBGE informou pela manhã que as vendas no varejo frustraram as expectativas e encerraram o segundo trimestre com queda em junho pelo terceiro mês seguido. No mês, as vendas tiveram recuo de 0,1% na comparação com maio, contra expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,7%.
Após a reação aos números, no entanto, as taxas dos DIs voltaram para perto da estabilidade, conforme as atenções dos investidores se voltavam mais uma vez para o impasse comercial entre Brasil e EUA, em meio às tentativas do governo de negociar com Washington.
Nessa frente, o destaque foi a assinatura pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de uma medida provisória para ajudar empresas afetadas pela taxação norte-americana. O principal ponto do pacote foi a criação de uma linha de crédito de R$30 bilhões.
Além disso, haverá aportes de R$4,5 bilhões em diferentes fundos garantidores e até R$5 bilhões em créditos tributários a exportadores, informou o Palácio do Planalto. Das despesas previstas, R$9,5 bilhões devem ficar fora da contabilidade da meta fiscal.
Nas semanas que antecederam a apresentação do pacote, agentes financeiros temiam pelo impacto fiscal do plano ou que as medidas pudessem servir como justificativa para o governo descumprir metas para as contas públicas. Entretanto, a MP foi vista como em linha com o esperado.
"O plano foi muito em linha com o esperado. A linha de crédito é o que mais preocupa pelo impacto no resultado primário. Mas o medo de vir algo muito bombástico não aconteceu. Mercado está de lado devido à falta de ’drivers’", disse Lais Costa, analista da Empiricus Research.
No cenário externo, o foco dos investidores continua em torno das apostas de que o Federal Reserve poderá retomar os cortes na taxa de juros a partir de setembro, na esteira de dados fracos de emprego e números moderados de inflação.
O rendimento do Treasury de dois anos--que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo-- tinha queda de 5 pontos-base, a 3,681%.