MDNE3: Moura Dubeux bate consenso de receita e lucro no 2T25; rali continua?
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista fechou em leve alta ante o real nesta quarta-feira, recuperando parte da forte perda da véspera, mas oscilando em faixa estreita, depois que o governo anunciou um plano de contingência para empresas afetadas pela tarifa de 50% dos Estados Unidos sem grandes surpresas.
O dólar à vista fechou em alta de 0,28%, a R$5,4014.
Às 17h12, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,07%, a R$5,425 na venda.
As atenções dos investidores nesta sessão estiveram voltadas novamente para o impasse comercial entre Brasil e EUA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória para ajudar exportadores, com destaque para uma linha de crédito de R$30 bilhões.
Além disso, haverá aportes de R$4,5 bilhões em diferentes fundos garantidores e até R$5 bilhões em créditos tributários a exportadores, informou o Palácio do Planalto. Das despesas previstas, R$9,5 bilhões devem ficar fora da contabilidade da meta fiscal.
O plano de ajuda era amplamente esperado pelo mercado, tanto por conta do potencial de proteger o setor produtivo como pelas preocupações com o impacto fiscal das medidas. Agentes financeiros temiam que o pacote pudesse comprometer as metas para as contas públicas.
No entanto, a MP não destoou do que já vinha sendo antecipado por autoridades envolvidas no assunto, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin. O próprio Lula já havia sinalizado o valor da linha de crédito em entrevista na terça-feira.
Com isso, o anúncio do pacote não gerou muitas movimentações no mercado cambial ao longo do dia. Por outro lado, o mercado segue receoso com a perspectiva para negociações entre Brasil e EUA, uma vez que o governo brasileiro parece não conseguir abrir canais de diálogo com Washington.
Uma conversa entre Haddad e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, antes agendada para esta quarta-feira, foi cancelada pelo governo dos EUA. O governo busca ampliar a lista de isenções já concedidas pelo presidente Donald Trump a uma série de produtos.
Na máxima do dia, o dólar atingiu R$5,4104 (+0,45%), às 12h55. Na mínima, a moeda alcançou R$5,3804 (-0,11%), às 9h36.
Os ganhos da divisa norte-americana neste pregão se seguiram a uma perda de 1,06% na véspera, quando atingiu seu menor valor desde junho do ano passado, a R$5,3864.
A valorização recente do real está atrelada a uma onda de fraqueza global do dólar, na esteira do aumento das apostas de que o Federal Reserve vai cortar a taxa de juros já em seu próximo encontro, em setembro, após dados fracos de emprego e números moderados de inflação.
Pela manhã, as apostas dos operadores passaram a ver 100% de chance de um corte de 0,25 ponto percentual em setembro, logo depois que Bessent afirmou em entrevista achar possível uma redução maior de 0,5 ponto percentual devido aos números fracos de emprego.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,21%, a 97,828.
Mais cedo, o Banco Central vendeu 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.
A autarquia também relatou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$118 milhões em agosto até o dia 8.
(Edição de Pedro Fonseca e Alexandre Caverni)