As principais bolsas de ações tiveram uma semana positiva, inicialmente ajudadas pelas declarações do chefe do banco central Chinês dizendo estar preparado para tomar novas medidas de expansão monetária caso a economia necessite. Vale lembrar que a bolsa chinesa está tendo o maior fluxo de compra de papéis por investidores inexperientes e que usam de alavancagem para tomar posições, um perigo caso a expectativa não se realize do governo injetar mais dinheiro na economia.
Os mercados emergentes se destacaram nos ganhos com o índice Bovespa subindo 5% nos quatro dias de pregão da semana encurtada pelo feriado da sexta-feira santa. A criação de postos de trabalhos nos Estados Unidos durante o mês de março decepcionou com o menor número em mais de um ano, e os índices futuros de bolsa indicam que na segunda-feira vai as cotações das bolsas locais devem ceder.
Os índices de commodities estavam caindo mais desde a semana passada, mas recuperaram levemente liderados pela alta do trigo, do açúcar, do gás natural, do suíno magro e do café arábica. O óleo de aquecimento, a gasolina e os metais foram os perdedores da semana.
O Real brasileiro encerrando a 3.1229 depois de ter negociado a 3.2877 três dias antes foi um dos responsáveis pela puxada do contrato “C”. Uma queda acentuada no começo da semana, tanto do mercado Londrino como Nova Iorquino, dava a impressão de que veríamos novas mínimas, mas ambos os contratos encontraram bom suporte próximo de US$ 130.00 centavos por libra e US$ 1700 a tonelada.
Notícias de estimativas de safra brasileira demonstram a dificuldade dos agentes em achar um consenso da safra do conilon, já que a do arábica há poucos apontando para uma produção mais baixa em 15/16. O tom de espera pelo começo da colheita, que em pouco mais de um mês já estará começando em algumas regiões, dá espaço para mais ganhos do terminal, mas nota-se uma aproximação das origens dos patamares atuais.
Como o próprio COT demonstrou, os comerciais estão relativamente próximos de se encontrar nas cotações atuais, pois os comprados e os vendidos tem aumentado suas posições, impulsionando o número de contratos em aberto para em breve bater o recorde histórico.
O efeito de uma concentração de novas posições tomadas em níveis de preço de intervalo mais apertado deve gerar uma volatilidade ainda maior tão logo quebremos este “range”. Em outras palavras um movimento acima de 150 centavos pode desencadear uma enxurrada de recompras, assim como uma queda abaixo de 125/128 centavos deve trazer vendas mais fortes. É verdade, entretanto, que nestes dois pontos bastante fixação deve aparecer, deixando aos especuladores o trabalho de testar quem será mais resiliente.
Os fundos pelo jeito também estão aguardando para ver qual lado que está mais vulnerável, tendo a favor deles a velha estrutura descontada e um cenário de oferta e procura que já pareceu que seria muito mais apertado do que se crê hoje em dia.
O físico deve girar mais com a manutenção dos ganhos atuais. No mais todos estão de olho nas exportações brasileiras, ainda bastante robustas, e os estoques visíveis que como consequência não diminuem nos destinos.
Acho que teremos uma surpresa positiva para o comportamento dos preços nesta semana, e os spreads não devem voltar a alargar tanto – um sinal modestamente menos negativo.
Uma ótima semana a todos.