Grande parte das pessoas não tem uma consciência econômica muita grande sobre o que está ocorrendo no mundo e por isso se sente insegura quando o tema do assunto é investimento. Quando lidamos com investimento não temos a capacidade de lidar com todos as variáveis, mas existem algumas que podemos controlar através do estudo. O conhecimento minimiza as chances de fazer um mau negócio, pois quando somos capazes de entender os riscos do investimento, conseguimos perceber o terreno que estamos pisando e graças a isso evitamos cair em emboscadas.
Um investidor que pretende investir na Bolsa de Valores deve saber minimamente como funciona esse mercado, conhecer bem a sua corretora e comparar com outras para não pagar caro pela corretagem, entender um pouco de renda variável, as variáveis que tendem a fazer uma ação cair ou subir, compreender um pouco o que está acontecendo no mundo para traçar uma estratégia tendo em vista o panorama econômico mundial e procurar conhecer a fundo a empresa que investe, lendo sempre seus comunicados e ter ideia dos maiores custos da empresa e de sua fonte de lucros.
Essa análise que fiz é essencial para o investidor ter chances de ser competitivo na bolsa de valores e não ser suscetível a volatilidade que é inerente a qualquer aplicação de renda variável, portanto conhecer o que está aplicando e ter consciência que não existe garantia de lucro é primordial para o investidor se sentir seguro e confiante no investimento.
Não precisamos ser um expert, saber minuciosamente os dados fundamentalistas da empresa e nem o nome de todos os seus dirigentes, mas pelo menos o básico é necessário para nos sentirmos seguro. Até porque, como já relatei em outro artigo, não existe verdade no mercado de ações, existem várias tentativas de criar modelos que atinjam o máximo possível de eficiência, mas uma técnica vencedora na bolsa de valores é muito difícil. Sugiro a todos lerem o livro do Cisne Negro que explica como é difícil definir um padrão para o mercado e a maioria das pessoas que tentam esse modelo idealizado acaba se frustrando, o que aconteceu com muitos fundos de hedge administrados por quantas no final da década de 90. Mais tarde, a crise mostrou que não é bem assim e o mercado é soberano diante de qualquer modelo, pois lida-se com seres humanos que são seres voláteis e de difícil previsão no que tende ao consumo.
Recentemente vi um economista dizendo que a relação entre o investidor iniciante e o profissional que gere o dinheiro deve ser similar ao tratamento entre um médico e paciente. Quando vamos no médico com gripe e este receita um comprimido para dor de garganta, vamos a farmácia sem pestanejar e compramos esse comprimido, dias depois estamos bem. Assim, como qualquer outro diagnóstico, a consequência é a mesma, podemos ir em outros médicos para ter outro ponto de vista, mas no final das contas sempre seguimos a orientação do médico e ficamos bom na maioria das vezes. Essa comparação com investimento não cabe, pois se não tivermos conhecimento nenhum sobre o que o gerenciador de nossas finanças está fazendo, ficamos a mercê de um profissional que muitas vezes pode estar mal intencionado ou que esteja cobrando um preço excessivamente alto. Um exemplo simples, é o cidadão que delega seus investimento para um fundo do banco e para isso ele terá que pagar uma taxa mensal de administração fora uma porcentagem do rendimento que estiver acima de média de um índice estipulado pelo gestor do fundo.
Muitas vezes, esse gestor está comprando apenas Títulos Públicos, algo que pode ser adquirido facilmente pelo investidor, basta criar um cadastro na corretora que pode ser feito dentro de 3 dias e começar a negociar. Isso pode ser resolvido em um prazo de 1 semana, e se fizermos uma comparação entre o custo economizado durante o tempo é incrível como um simples ato pode desembocar em lucros extraordinários no longo prazo. Quanto mais dinheiro delegar para os fundos, maior será a quantia paga a esses fundos para administrar seu dinheiro, sendo que o custo desse investimento permanece estático, então muitas vezes vale a pena se preparar minimamente para ser capaz de tomar a sua própria decisão em investimentos simples. Invista em fundos somente quando a aplicação for algo mais complexo, que exija mais tempo de estudo e dedicação, mesmo assim conhecendo o básico sobre o investimento alvo para encaixar sua perspectiva em um cenário mais racional.