A atividade econômica dos EUA deverá apresentar um ritmo de expansão consideravelmente mais moderado na estimativa preliminar do PIB do primeiro trimestre que será divulgada nesta quarta-feira, com base na mediana das projeções compiladas pelo CapitalSpectator.com.
A expectativa é de que o crescimento anualizado real recue para 0,8% no primeiro trimestre, segundo a mediana das estimativas. Esse resultado representaria uma desaceleração expressiva em relação à alta de 2,4% observada no quarto trimestre.
Caso a mediana se confirme, a perda de dinamismo será particularmente preocupante, pois ainda não incorpora os efeitos adversos das tarifas impostas pelo presidente Trump. O Budget Lab da Universidade de Yale projetou que o crescimento real do PIB dos EUA será 0,5 ponto percentual inferior em 2025, considerando as tarifas anunciadas até 2 de abril.
Embora seja provável que o impacto estimado tenha sido atenuado por alguns adiamentos e revisões na política tarifária da Casa Branca, é razoável assumir que a atividade econômica continuará sendo afetada, em algum grau, pelas mudanças em curso.
Jamais há um momento adequado para iniciar uma guerra comercial, mas a economia dos EUA pode estar particularmente exposta em comparação ao histórico recente, considerando a desaceleração já em andamento no início de 2025.
O risco de recessão é quase certamente mais elevado do que seria na ausência das tarifas. Qual a magnitude? As estimativas variam, dependendo das premissas e dos modelos utilizados. Entre as projeções mais pessimistas está a do economista Torsten Slok, da Apollo, que em 19 de abril indicou uma probabilidade de 90% de recessão em formação.
Uma pesquisa recente da National Association of Business Economics apresenta margem para avaliações divergentes.
"Metade dos participantes atribui uma probabilidade de recessão em 2025 entre 25% e 49%, enquanto 37% estimam as chances em 50% ou mais", informou a NABE na segunda-feira. "Em comparação, apenas 8% viam a probabilidade de recessão em 50% ou mais antes do anúncio tarifário de 2 de abril."
Modelagens publicadas pelo US Business Cycle Risk Report, publicação irmã do CapitalSpectator.com, apontam que o risco de recessão ainda permanece baixo em tempo real.
Essa avaliação, porém, é baseada nos dados disponíveis até o momento e ainda não reflete plenamente o potencial agravamento provocado pelas tarifas nas próximas semanas e meses.
"O retrovisor ajuda muito pouco a entender o que o restante do ano reserva", afirmou Greg Daco, economista-chefe da EY. Sua projeção atual para o risco de recessão gira em torno de 45%, considerando a hipótese de redução de algumas tarifas sobre produtos chineses.
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