O dia é de divulgação do relatório oficial de emprego nos Estados Unidos (payroll), que deve mostrar a criação de 200 mil postos de trabalho em fevereiro e desaceleração no aumento dos salários. Ainda assim, é muito para o gosto do Federal Reserve. Mas é a Petrobras (BVMF:PETR4) que está no centro das atenções nesta sexta-feira (8).
O tombo de mais de 10% dos recibos de depósito de ações (ADRs) da estatal petrolífera no pré-mercado em Nova York nesta manhã realça o mau humor dos investidores com a decisão de não pagar dividendos extraordinários referentes ao quarto trimestre de 2023. Como sinalizado, a empresa preferiu priorizar os investimentos na transição energética.
Questão de sobrevivência
Ou seja, depois de registrar prejuízos entre 2014 e 2017, sendo o pior em 2015, quando teve perdas de R$ 35 bilhões, a companhia voltou a registrar lucro robusto. No entanto, o foco não é apenas garantir retorno aos investidores, mas também é uma questão de longevidade do negócio, à medida que o mundo caminha rumo à sustentabilidade.
Assim, o que a Petrobras busca é prolongar seus anos de vida. Em uma mentalidade curto prazista, talvez seja difícil entender que daqui a 30 anos - ou menos - o mundo não seja mais dependente do petróleo. Mas, sem dúvida, continuará demandando energia para crescer e se desenvolver.
Curto x longo prazo
Fato é que, como dito ontem, os mercados evitam debater o “novo normal” pós-pandemia. Os investidores estão mais interessados em saber se o corte na taxa de juros dos Estados Unidos começa mesmo em junho, depois de terem abandonado as apostas de queda em março e praticamente desistido do início do ciclo em maio.
Aliás, é isso que esperam confirmar nos números do payroll (10h30). Essa expectativa sustenta um leve viés positivo nos ativos de risco no exterior, podendo trazer algum alívio ao Ibovespa ao longo do dia. Portanto, não dá para pensar a longo prazo. Como diria o famoso economista do século 20 John M. Keynes, “a longo prazo, estaremos todos mortos”.
Já o guru do mercado financeiro Warren Buffett costuma defender: imagine que você poderia fazer apenas 20 investimentos em toda sua vida. Você seria forçado a entender o que está comprando, a se concentrar em apenas algumas oportunidades, mantendo as na carteira o maior tempo possível.
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