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Publicado originalmente em inglês em 22/06/2021
Os investidores não deixaram dúvidas de que gostam de títulos da União Europeia. A demanda por esses papéis foi de 142 bilhões de euros na primeira emissão destinada ao programa de recuperação, levando os bancos emissores a dobrar o volume para 20 bilhões de euros, o que fez com que seu retorno (yield) atingisse 0,086%, contra a taxa de 0,1% originalmente prevista.
A UE prosseguirá com mais duas emissões semelhantes no verão local, pretendendo arrecadar 80 bilhões de euros a mais neste ano. O programa total prevê a emissão de até 800 bilhões em títulos até 2026.
A oferta inicial foi repleta de controvérsias por causa do banimento de alguns dos maiores bancos mundiais do sindicato por supostamente terem se envolvido, no passado, em escândalos de manipulação do mercado. O difícil é encontrar um banco que não tenha se imiscuído em alguma atividade ilícita anteriormente.
A Comissão Europeia barrou o Deutsche Bank (DE:DBKGn), Crédit Agricole (PA:CRAP), JPMorgan (NYSE:JPM), Citigroup (NYSE:C), Barclays (LON:BARC), UniCredit (MI:CRDI), Bank of America (NYSE:BAC), Nomura (T:8604), NatWest (LON:NWG) e Natixis (PA:CNAT).
As primeiras oito instituições já haviam sido reincluídas depois de prometer se comportar e mostrar evidências de que tomaram medidas de remediação após terem sido pegas.
Críticos rapidamente classificaram essa medida sem precedentes como protecionismo, já que cinco de dez bancos barrados eram americanos ou britânicos.
A proibição temporária deixou a maior parte do sindicato nas mãos de gestores que poderiam ser carinhosamente chamados de “segundo escalão”: BNP Paribas (PA:BNPP), DZ Bank, HSBC (LON:HSBA), Intesa Sanpaolo SpA (MI:ISP), Morgan Stanley (NYSE:MS), Danske Bank (CSE:DANSKE) e Santander (MC:SAN).
Em vista da demanda dos investidores, isso não deve ser um problema, mas seria de se questionar por que desperdiçar uma oportunidade para fazer um gesto tão vão como esse.
Enquanto isso, o mercado de títulos do tesouro americano foi impactado pela mudança inesperada no consenso do Federal Reserve em relação ao início das elevações de juros. Treze de dezoito membros do Comitê Federal de Mercado Aberto agora acham que o Fed deveria elevar juros até o fim de 2023, com sete defendendo aumentos em 2022, após o banco central ter insistido, por meses, que não subiria juros antes de 2024.
O rendimento da nota referencial de 10 anos disparou com a notícia na última quarta-feira, para cerca de 1,6%, antes de recuar e ficar um pouco abaixo de 1,5% na segunda-feira.
O rendimento do título de 30 anos, no entanto, declinou para quase 2,01% na sexta, em relação ao nível pré-anúncio de mais de 2,2%, recuperando-se para cerca de 2,11% na segunda-feira. A nota de 5 anos mostrou o maior aumento de juros, disparando para cerca de 0,96% antes de recuar para perto de 0,88%, em comparação com 0,78% antes da divulgação das projeções.
A estabilização da curva de juros ocorreu diante das projeções das autoridades monetárias de que a inflação cederia após um aumento classificado como transitório.
O nível de precisão dessas previsões ainda é incerto, após os membros do Fomc terem elevado suas projeções trimestrais de inflação e crescimento desde que a chegada das vacinas permitiu a recuperação econômica, e elas continuam ajustando seu cronograma de aumentos de juros.
Os formuladores da política monetária do Fed mantiveram constantes as compras de títulos em US$80 bilhões em treasuries e US$40 bilhões em títulos hipotecários por mês, mas o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o Fomc continuará discutindo como e quando reduzi-las nas "futuras reuniões".
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