Garanta 40% de desconto
💰 Tenha ideias profissionais de carteiras de investidores superbilionários no InvestingProCopiar carteira

Brasil Sai do Pior da Crise

Publicado 26.09.2016, 11:16
USD/BRL
-

No mundo político, os avanços para o ajuste fiscal ainda são por demais insuficientes, dadas as difíceis negociações ainda pendentes no Congresso. São três as medidas estruturais (ou temas) em negociação, sendo a PEC das despesas a mais avançada, já em comissão, e as outras duas, Previdência e Tributária, ainda se arrastando em debates. Muito se comenta,inclusive, que ambas devem ficar para o ano que vem, a primeira no primeiro semestre, a segunda mais para o final do ano. São temas complexos e cheios de nuances para serem votados a “toque de caixa”. Não o serão até porque os diagnósticos, entre sindicatos,empresários e meio acadêmico, ainda são muito divergentes. No Congresso serão mais de 11 sessões em Comissão e mais duas votações na Câmara e no Senado. Ou seja, será uma longa caminhada ainda a ser trilhada, mas não tem jeito, teremos que chegar a um desfecho.

No caso da Previdência, entre outros motivos, porque ocorrem mudanças na base demográfica do país, com o “achatamento” da pirâmide etária e o envelhecimento da população. Não dá mais para uma pessoa, em plena idade laboral, se aposentar, na média,com 54 a 58 anos. Daí a necessidade urgente de definir uma idade mínima de 65 anos. Neste ano o déficit da Previdência já deve passar de R$ 140 bilhões e no ano que vem superar R$ 180 bilhões, não sendo difícil, portanto, passar de R$ 200 bilhões até 2020. Chegaremos então a uma situação na qual o Estado não terá recursos para pagar os aposentados, sendo obrigado, ou buscar recursos, cada vez mais, do Tesouro, ou elevar a alíquota de contribuição. Na composição das despesas públicas, a dos benefícios equivale a 40% do total. Em agosto o rombo da Previdência passou de R$ 11 bilhões.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Na Trabalhista tudo se desloca para a necessidade de uma “negociação coletiva”, visando a preservação do emprego, já que a perda de vagas neste ano já passa de 11 milhões. Ou seja, é um tema inadiável dada a urgência da crise no mercado de trabalho. Fala-se também na maior flexibilização nas horas trabalhadas (podendo ser elevadas até o limite de 12 horas em algumas situações), na “oficialização” da terceirização, no debate em torno dos encargos trabalhistas, etc.

Sobre a PEC das Despesas, objetivo aqui é tentar gerar alguma previsibilidade no regime fiscal de longo prazo, com as despesas agora atreladas à inflação passada. O problema, no entanto, é tratar de casos excepcionais na Saúde e na Educação e de basear os gastos em inflação passada. Neste último, teríamos alguma rigidez ou indexação se o cenário for de inflação descendente, como o que vivemos atualmente.

Falando da economia, o momento ainda é de transição, mas é notório que o ânimo dos agentes, as expectativas, já estão melhorando desde o desfecho do impeachment. Observamos alguma previsibilidade na economia, os agentes enxergam “um norte”, pelo menos até 2018, embora seja preocupante o desenrolar da Operação Lava-Jato. Lentamente, os indicadores de Confiança, apurados pela FGV, retornam a um patamar mais elevado.

Na atividade econômica, a Indústria acumula alguns meses de taxas positivas, chamando atenção algum alento em bens de capital e em duráveis. Em julho, a produção geral avançou 0,1% contra junho, mesmo recuando forte contra o mesmo mês do ano passado (-6,6%). Já a indústria de bens de capital recuou 2,7% contra o mês anterior e 11,9% contra o mês anterior, mas mostrou alguma sinalização de melhor ao se olhar o longo prazo. Nesta tênue recuperação, muito se argumenta que este veio em função da modernização das plantas ,com os empresários comprando novas e mais modernas máquinas para reduzir custos e se tornarem mais eficientes. Em paralelo a isso, a indústria de bens duráveis também esboçou alguma reação, avançando 3,3%, na terceira alta consecutiva. Podemos pensar também que a indústria de construção deve começar a sair do “fundo do poço”, ainda mais depois do anúncio do “pacote de concessões”, envolvendo 34 projetos, o que deve dar algum alento aos investimentos. Por outro lado, o varejo segue muito frágil, com as vendas tendo recuado 0,3% em julho contra junho no “conceito restrito” e 0,5% no ampliado. Decorrente deste comportamento ainda errático no varejo e insuficiente na indústria, o IBC-Br, que reúne estes três setores, recuou 0,09% em julho e 5,5% no ano (ver gráfico ao fim).

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Desta forma, não será surpresa se alguma retomada do PIB como um todo só começar a acontecer mais para o final do ano, no último trimestre, se consolidando ao longo de 2017. Estimamos uma retração ainda elevada neste ano, de 3,3%, virando em 2017 para em torno de 1,2%. Isso só deve se materializar se o governo mostrar competência e capacidade de articulação no Congresso para fazer passar as mudanças estruturais citadas acima.

Isto também deve influenciar no gerenciamento do BACEN, ao que parece, mais otimista com a trajetória da inflação. Em setembro, a prévia do índice oficial foi a 0,23%, com forte recuo dos itens Alimentação, Despesas Pessoais, Transportes, dentre outros. Nossas expectativas são de que o IPCA cheio venha ainda mais baixo neste mês, jogando a inflação em 12 meses para 8,5% (no IPCA-15 registrou 8,78%), forte indício para convergir a 7,3%ao final deste ano. Isso deve abrir espaço para a redução da taxa Selic, em outubro (dias 18 e 19) ou em dezembro (dias 28 e 29), mas o presidente Ilan Goldfajn já deixou claro que espera também que o ajuste fiscal avance. Neste contexto, continuamos acreditando na taxa Selic recuando a 13,75% neste ano, indo a 12,00% no ano que vem, embora esta estimativa ainda seja prematura.

Sobre o regime cambial, houve alguma volatilidade nas últimas semanas, diante das especulações sobre a taxa de juros norte-americana, o Fed Funds, ainda mantido em 0,5%. Para o Fed, a decisão se sustenta na observância de três variáveis: inflação, mercado de trabalho e atividade. A primeira segue próxima a 1,1% anuais, com energia ainda tendo impacto, distante, portanto, da meta de 2%; o ritmo do mercado de trabalho segue melhorando, estando já próximo do “pleno emprego” e a atividade econômica segue moderada. Diante disso, parece provável que a taxa de juros venha a ser elevada agora em novembro (dias 1 e 2). Decorrente disso, o mercado deu uma desafogada na semana passada, com o dólar retornando a R$ 3,20 e abaixo disso. Esta Consultoria, no entanto,continua acreditando na cotação da taxa de câmbio mais próxima de R$ 3,30 ao final deste ano e R$ 3,50 no ano que vem. A corroborar nesta última a necessidade de estimular as exportações, sendo o ajuste cambial, mais imediato para torná-las mais competitivas.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

ATIVIDADE AINDA EM MOVIMENTO ERRÁTICO, MAS SAINDO DO PIOR DA CRISE

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.