A própria definição de taxa de juros vai te mostrar que é importante refletir e assumir que não se sabe a direção, quer você seja um cozinheiro profissional ou um gestor de investimentos. Decisão de investimentos envolve um constante diálogo relacionado ao custo de determinado investimento e o retorno que se obterá. Quando o governo paga um juros muito alto desestimula a economia. É evidente um custo maior de financiamento torna mais arriscado e lento o processo de investir. Necessário para o aumento do nível de emprego.
Política monetária é feita com o mesmo conceito. Com a inflação subindo é necessário um aumento na taxa de juros de maneira a controlar o crescimento econômico, diminuir a expansão econômica, reduzindo com isso o aumento generalizado dos preços. O que acontece caso se cozinha um bolo com uma temperatura fora do normal, este bolo vai desidratar e queimar, reduzindo seu potencial de crescimento, o queimado toma conta dos sabores e o bolo inteiro é prejudicado. Mas a temperatura é fundamental, sem fogo não se faz bolo. A temperatura ( taxa de juros ) mantém a inflação controlada. A inflação controlada permite ao ambiente de negócios estabilidade, que vai acarretar crescimento econômico sustentável.
O governo endividado e com as despesas comprometidas com a alta previdência tem um horizonte bastante reduzido em relação a investimentos. A taxa de juros do endividamento público torna a dívida pública além de alta, cara. O governo endividado e com sua receita operacional comprometida é um fator de maior instabilidade no país. Este cenário agrava-se com a problemática política, as contas públicas, o ambiente de negócios,a baixa escolaridade da população. Para quem aposta que a taxa de juros desça negligencia o risco inflacionário sobre a premissa de que o crescimento do país está muito abaixo do crescimento potencial. Deste modo não haveria risco de inflação de demanda, mas ainda é possível inflação de custos, que junto com a quebra de muitas empresas e cenário externo impulsionando o dólar alto, pode pressionar principalmente o IGP-M. A inflação americana em 1,8% ao ano (mês de maio) pode colaborar com uma diminuição na taxa de juros externa e maior possibilidade de queda interna. O risco, no entanto, pede uma medida, cautela.
Não é a previdência, mas o bolo queimado, os gastos de terceira linha, muito pouco discutidos. Com juros altos o bolo fica queimado. 34,35% dos gastos anuais do governo é para amortização da dívida e 9,50% para o pagamento de juros da dívida. Se uma família paga cerca de 43,85% de dívidas anuais. Neste cenário de desgaste, as expectativas andam baixas. Embora seja necessário um juros menor, o bolo cozinharia normalmente há outros fatores para analisar. Falta também os ingredientes corretos do bolo e o risco da alta da inflação é pior que a vontade de auxiliar a economia. O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, em sua entrevista para o Valor, relata que a política de juros não é a mais efetiva para ajudar a economia. No texto ele opina sobre a financial condition do país, ou seja, com a concentração das operações em 5 maiores bancos, o spread bancário se mantém em 22%, enquanto nos demais países em desenvolvimento esteja entre 5 a 6%, ainda com a Selic a 6,5%.
Tem argumentos contrários e a favor a queda de juros. A grande parte dos fundos performaram bastante o trading nas taxas acompanhando o baixo crescimento, mas o Banco Central vê da mesma forma? Fato é que sobre a queda da Taxa de Juros, é uma visita que não sabemos se virá.
Estamos no segundo tempo, vamos aguardar como a Reforma da Previdência atuará nas das expectativas, mas neste momento é empate. São vários os argumentos a favor e contra a queda da Taxa de Juros. Empate em segundo tempo, a qualquer momento pode haver um direcionamento diferente deste…