Petróleo se recupera após Trump moderar postura sobre tarifas à China
É dia de decisão de juros nos EUA, e o Federal Reserve (Fed, BC norte-americano) deve reduzir a taxa básica em 25 pontos-base. A reunião traz diversos pontos de atenção. Às 15 h de Brasília sai o comunicado e a atualização do Resumo das Projeções Econômicas (SEP), incluindo o gráfico de projeções (“Dot Plot”), com as expectativas medianas para a taxa dos Fed Funds em 2025, 2026, 2027 e no horizonte de longo prazo.
Além do corte, o mercado buscará frases como “ao considerar ajustes adicionais na faixa-alvo”, que o Fed usou no ano passado para sinalizar cortes sucessivos. Caso a formulação seja “ao considerar a magnitude e o momento de ajustes adicionais”, a interpretação seria de cautela, elevando as taxas curtas e sustentando o dólar.
O comunicado também mostrará a divisão dos votos, possivelmente oito a favor de corte de 25 pontos-base, três por 50 pontos-base (Waller, Bowman, Miran) e um por manutenção (Schmid).
No Dot Plot, a maioria dos analistas espera que a mediana de 2025 continue indicando apenas dois cortes, levando a taxa ao fim do ano para 3,75%–4,00%, partindo do intervalo atual de 4,25%–4,50%. Isso pode pesar sobre a ponta curta da curva americana, que precifica 70 pontos-base de cortes. Para 2026, espera-se um corte adicional em relação à projeção de junho, para 3,25%–3,50%, enquanto 2027 também teria uma redução extra, para 3,00%–3,25%.
Em resumo, o Dot Plot pode sinalizar trajetória mais lenta para alcançar o intervalo de 3,00%–3,25%, hoje precificado para meados do próximo verão.
Às 15h30 ocorrerá a coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell. Um mercado amplamente vendedor de dólar buscará sinais de maior preocupação com o mercado de trabalho e menor ênfase na inflação ligada a tarifas. Powell provavelmente destacará que a política monetária pode se tornar um pouco menos restritiva, mas sem sugerir pressa em cortar mais agressivamente.
O dólar entra na reunião em tendência de fraqueza, diante da expectativa de reinício do ciclo de afrouxamento do Fed. Há riscos pontuais de valorização pela leitura do Dot Plot ou pelo tom da coletiva de Powell. Ainda assim, a decisão deve confirmar o início de um ciclo de cortes de 125 pontos-base.
Qualquer alta repentina do dólar seria vista como temporária e corretiva — vendedores do DXY podem reaparecer na faixa de 97,50/98,00. É improvável que um ritmo de cortes um pouco mais gradual do que o esperado provoque reprecificação brusca de ativos de risco.
Por outro lado, se Powell minimizar os riscos inflacionários e focar integralmente na preservação de empregos com cortes preventivos, o DXY pode romper abaixo de 95 no curto prazo.
Euro rompe consolidação
O EUR/USD rompeu para cima uma faixa de consolidação de 10 semanas, e o movimento tende a ganhar tração. Nesse período, o diferencial de juros de swaps de dois anos entre euro e dólar fechou cerca de 50 pontos-base a favor do euro. O FOMC será o motor principal, e espera-se demanda por EUR/USD em eventuais correções na faixa de 1,1750/1,1780 durante a coletiva de Powell. A sazonalidade também pesa contra o dólar — especialmente entre novembro e dezembro — e 1,1910 aparece como última resistência antes de 1,20.
Na sessão europeia de hoje, atenção para o índice de salários do BCE. O dado anterior mostrou acordos salariais em 1,7% no 1T26, contra 4,6% no 1T25. O BCE acompanhará se houve recuperação para 2,0%, considerando a melhora do otimismo empresarial no verão. Para referência, investidores precificam apenas 11 pontos-base de cortes do BCE até o próximo verão. Nossa visão é de que o ciclo de afrouxamento na zona do euro já se encerrou.
Libra esterlina: política fiscal segue elo mais fraco
A valorização da libra perdeu força após reportagem do Financial Times informando que o Office for Budget Responsibility reduziu as projeções de produtividade do Reino Unido. Isso reduzirá receitas esperadas e pode ampliar em £9 bilhões o déficit previsto para o orçamento de novembro da chanceler Rachel Reeves.
Esse risco negativo do orçamento é parcialmente compensado pela postura mais dura do Banco da Inglaterra. A libra recuou nesta manhã após o IPC de serviços de agosto vir ligeiramente abaixo do esperado, a 4,7%, embora a medida preferida pelo BoE tenha permanecido em 4,2% na comparação anual.
Entendemos que o dólar seguirá como principal tema nos mercados de câmbio, e o GBP/USD deve encontrar suporte em torno de 1,3600 antes de buscar níveis acima de 1,37. A fragilidade fiscal do Reino Unido pesa mais para o EUR/GBP, que deve continuar dentro da faixa de 0,8650–0,8715, enquanto a postura firme do BoE, em meio a novos riscos, limita perdas adicionais da libra frente ao euro.
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