As quedas do frango vivo superiores às dos principais insumos da atividade (milho e farelo de soja) podem interromper uma sequência de dois meses de avanço no poder de compra de avicultores paulistas frente ao cereal e de sete meses sobre o derivado da oleaginosa, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, a elevada oferta de carne de frango no mercado doméstico – reflexo das restrições às exportações causadas pela gripe aviária – tem levado compradores a se afastarem da aquisição de novos lotes, o que intensifica a pressão sobre as cotações neste início de junho. No estado de São Paulo, o frango vivo registra média de R$ 5,51/kg na parcial deste mês, forte recuo de 12% em relação à de maio.
OVOS: Exportações são recordes em maio
Na contramão do observado para a carne de frango, as exportações brasileiras de ovos (in natura e processados) continuaram avançando em maio, mesmo diante das restrições impostas após a confirmação de um foco de Influenza Aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Impulsionadas principalmente pela forte e constante demanda dos Estados Unidos, que absorveram 77,8% do exportado no mês passado, as vendas atingiram o maior volume mensal já registrado na série histórica da Secex, iniciada em 1997. Segundo dados da Secex, compilados e analisados pelo Cepea, foram embarcadas 5,36 mil toneladas de ovos in natura e processados em maio, aumentos de 23% em relação a abril e de fortes 296% na comparação anual. No mercado doméstico, levantamentos do Cepea mostram que as cotações dos ovos estão em alta pela segunda semana consecutiva em todas as regiões acompanhadas. A combinação de oferta controlada e demanda aquecida tem sustentado as elevações nesta primeira quinzena de junho, conforme explicam pesquisadores.
CITROS: Oferta restrita sustenta preços do limão em alta
Levantamentos do Cepea mostram que os preços da lima ácida tahiti seguem em alta, impulsionados pela oferta restrita. Nesta semana (de 9 a 12 de junho), a média foi de R$ 38,81/caixa de 27,2 kg, aumento de 20,03% em relação à do período anterior. Segundo pesquisadores, o volume disponibilizado no mercado spot está mais reduzido desde maio, quando o clima passou a limitar o ritmo de colheita. Além disso, a demanda externa pela fruta está mais aquecida neste mês, diante da aproximação do verão na Europa, principal destino da fruta brasileira in natura. O Centro de Pesquisas destaca, ainda, que a atual temporada de tahiti apresenta menor volume, devido ao clima em 2024, que resultou em uma forte oscilação da oferta ao longo deste primeiro semestre. Além disso, conforme a equipe do Cepea, a indústria prolongou a moagem da fruta até o começo de maio, o que acabou enxugando ainda mais a disponibilidade no spot agora em junho.