BALANÇO SEMANAL — 23 a 27/03/2015
MERCADO – Após a recuperação observada na semana anterior, os futuros do café arábica voltaram a cair, pressionados pelos movimentos de realização de lucros, e se estabilizaram ao redor de US$ 1,4 por libra-peso. Além da proximidade do início da colheita no Brasil, a atenção dos investidores se mantém voltada para o comportamento do dólar.
No início desta semana, a moeda norte-americana desvalorizou-se frente ao real. Essa tendência foi motivada pela decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de manter o rating BBB- do Brasil, com perspectiva estável. Além disso, externamente o dólar também enfraqueceu ante outras divisas, após a sinalização de que o Banco Central dos Estados Unidos (Fed, em inglês) não se apressará na elevação das taxas básicas de juros do país.
No Brasil, o dólar comercial encerrou a sessão de ontem a R$ 3,1909, acumulando queda de 1,2% desde a última sexta-feira. A decisão do Banco Central do Brasil de não continuar com os leilões de swap cambial (contratos equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), que terminam no dia 31 deste mês, reverteu a tendência de valorização do real observada desde o final da semana passada.
Na ICE Futures US, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4025 por libra-peso, acumulando queda de 310 pontos em relação ao final da semana passada. Já na ICE Futures Europe, as cotações do robusta apresentaram pouca variação. Ontem, o vencimento maio/2015 encerrou o pregão a US$ 1.816 por tonelada, com perdas de US$ 4 desde o final da semana anterior.
Em relação ao mercado físico brasileiro, com a queda dos preços nesta semana, os vendedores voltaram a se retrair. Na quinta-feira, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 458,89/saca e a R$ 310,63/saca, respectivamente, com variação de -2,5% e 1% no acumulado da semana.
O Cepea também informou que, até meados do mês de março, houve pouco avanço na comercialização do café, com aumento das vendas apenas na Mogiana Paulista e no Espírito Santo. Segundo a instituição, entre 75% e 80% do café da safra 2014/15 da região paulista teria sido comercializado até o dia 20 de março. No Estado capixaba, esse índice atingiria 80%, com elevação de 10 pontos percentuais em relação ao mês antecedente.
Nas demais regiões, os volumes negociados praticamente não se alteraram.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo