Publicado originalmente em inglês em 21/01/2021
- Resultados do 4T2020 serão divulgados na quinta-feira, 21 de janeiro, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$ 20,64 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$ 1,81.
A International Business Machines (NYSE:IBM) (SA:IBMB34) divulgará seus resultados do quarto trimestre no fim do dia de hoje.
O que os investidores querem saber é se a sua unidade de computação na nuvem está crescendo o suficiente para compensar a desaceleração causada pela pandemia em outros negócios da companhia.
Essa é uma tarefa difícil para a gigante de 109 anos, que tem sido lenta em reestruturar seus negócios no momento em que a demanda por seus servidores de grande porte e outros produtos de hardware perdem atratividade.
Os clientes passaram a armazenar seus dados em serviços na nuvem fornecidos por concorrentes, como a Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) e a Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34).
O gráfico de cinco anos da IBM mostra claramente como essa história se desenrolou.
Durante esse período, seus papéis praticamente não se mexeram, enquanto o índice Nasdaq, repleto de empresas de tecnologia, disparou 187%.
As ações da IBM fecharam o pregão de ontem a US$ 130,08.
Para mudar esse cenário, o novo CEO da empresa, Arvind Krishna, está apostando grande em software e serviços de nuvem híbrida, quando empresas usam uma combinação dos seus próprios servidores e o poder de computação e armazenagem alugado de outros fornecedores. Em 2018, a IBM gastou US$ 34 bilhões para adquirir a Red Hat e se tornar líder nesse campo.
Em uma teleconferência com analistas em outubro, Krishna afirmou o seguinte, segundo reportagem da Bloomberg:
“Nossas projeções mostram que os argumentos a favor da nuvem híbrida são claros. É uma tremenda oportunidade avaliada em US$ 1 trilhão com a demanda de grandes corporações”.
Valuations atraentes
Para tanto, o executivo reestruturou sua equipe, demitiu trabalhadores e anunciou, no trimestre passado, que a empresa sediada em Armonk, Nova York, fará a segmentação dos negócios com crescimento mais lento, dividindo a IBM em unidades de gestão de TI e computação na nuvem.
Essas grandes mudanças, entretanto, não conseguiram convencer os investidores, que continuam vendo a empresa enfrentar dificuldades em meio à intensa competição no mercado da nuvem. No 3º tri, a IBM registrou seu nono trimestre consecutivo de queda ou estabilidade nas vendas, sem fornecer projeções, citando a incerteza gerada pela pandemia.
A IBM, em nossa visão, está se tornando uma atraente ação para se ter em carteira, principalmente depois da grande mudança da nova gerência para a computação na nuvem. Esses passos são encorajadores e podem agregar valor aos papéis da IBM.
As ações da empresa são negociadas a um valuation menor do que seus pares. Ele é de 10,96 vezes o índice de preço/lucro prospectivo, ou seja, mais barato do que o fundo Technology Select Sector SPDR® (NYSE:XLK), cujo múltiplo é de 25 vezes, bem como do fundo First Trust Cloud Computing (NASDAQ:SKYY), que é de 35 vezes. Mas, ao mesmo tempo, a IBM está em um mercado complexo, no qual a Microsoft e a Amazon já saíram na frente.
Resumo
Após a aquisição de Red Hat e com a nova gerência estabelecida, consideramos que a IBM retomará lentamente o caminho do crescimento. O saudável balanço patrimonial da IBM, sua dívida administrável e o rendimento de mais de 5% dos seus dividendos fazem com que sua ação seja uma aposta interessante, especialmente com sua recuperação ganhando fôlego.