O mercado chega ao fim desta semana - e, de quebra, à metade do mês - precisando de apoio - ou suporte. Afinal, a realidade é bem diferente do imaginado até pouco tempo atrás.
Na terça-feira (11), o IPCA pavimentou as apostas de fim do ciclo de cortes na taxa Selic. No dia seguinte, foi a vez do Federal Reserve afirmar que haverá uma única queda nos juros dos Estados Unidos neste ano. Ontem (13), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) falou em revisão “ampla, geral e irrestrita” no gasto público.
Hoje (14), ele volta a se reunir com banqueiros, em meio à recente pressão do setor financeiro com a escalada da percepção de risco fiscal no Brasil, que fez disparar o dólar e os juros futuros. Nessa queda de braço, o mercado se mobiliza para evitar mais cobrança de impostos na indústria de fundos.
Também merece atenção o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), que consolida os dados da indústria, do varejo e dos serviços já divulgados pelo IBGE. Lá fora, o destaque fica com a leitura prévia de junho da confiança do consumidor americano (11h).
As sinalizações do Fed e os ruídos políticos em Brasília têm feito o Ibovespa renovar, pregão após pregão, os níveis mais baixos de 2024. Desde o início do ano, a queda acumulada da bolsa brasileira gira ao redor dos 10%.
Com mais uma sessão antes do fim de semana, a agenda econômica menos agitada do dia pode abrir espaço para certa recuperação dos ativos de risco. Mas o sinal negativo vindo do exterior nesta manhã indica que os mercados devem ter, no máximo, certa calmaria. Turbulências à frente seguem no radar.
Talvez, nem a benção papal no encontro do G7 nesta sexta-feira no sul da Itália seja suficiente para trazer bonança aos mercados depois da tempestade dos últimos dias. A dúvida é se uma pequena oração ajudaria.