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Mergulho para Contração

Publicado 04.06.2018, 09:10
Atualizado 09.07.2023, 07:32

O primeiro dado relevante da atividade industrial brasileira referente ao mês de maio deste ano é simplesmente desanimador. A pesquisa do Instituto Markit mostrou que o nível de ceticismo do mercado observado no Boletim Focus nas últimas semanas estava aquém da realidade econômica.

O Índice Gerente de Compras do Brasil despencou de 52,3 pontos em abril para 50,7 pontos no mês de maio, quase entrando em terreno de contração (abaixo de 50 pontos), registrando recorde de baixa dos últimos dez meses.

Os dados, coletados entre os dias 11 a 23 de maio, ainda não incorporaram os efeitos negativos provocados pela rebeldia dos caminhoneiros, com apoio de grande parte da população. O humor no setor industrial já vinha caindo antes mesmo da greve, por conta da depreciação do real, aumentos dos preços dos insumos e sensação de incerteza política, com as pesquisas mostrando Alckmin sem chance de sequer chegar ao segundo turno.

É fácil entender o sentimento negativo em função da incerteza política, mas o movimento de depreciação do real (por sinal defendido por muitos economistas) também contribuiu para a mudança na trajetória da atividade industrial, assim como ocorreu em 2013.

Produção Industrial Brasileira

O Índice Gerente de Compras formou topo exatamente na máxima registrada em 2013, quando, naquela época, o real também passava por um intenso processo de depreciação. Foi em 2013 que o mercado se convenceu sobre a incapacidade de o dólar se sustentar em R$ 2,00, originando um forte movimento de desvalorização da moeda.

Agora, a mesma história se repete, desta vez com o mercado se convencendo sobre a incapacidade de o dólar se sustentar em R$ 3,20, originando um forte movimento de desvalorização da moeda. Choques no mercado de câmbio revelam as fraquezas de uma economia e, não por acaso, a indústria pisou no freio.

Se repetirmos o mesmo padrão de contração da atividade industrial observado a partir de 2013 estaremos completamente arrasados no início da próxima década. Se repetirmos o mesmo padrão observado a partir de 2013, porém em menor grau de intensidade, estaremos no mínimo encrencados.

O Brasil precisa urgentemente de PIB robusto, não somente para criar esperança de que a arrecadação maior possa impedir a explosão do endividamento a curto prazo, mas principalmente para repor a grande massa de trabalhadores desempregados, reduzir a criminalidade e recuperar certa credibilidade institucional.

Tudo isso depende de PIBs de 4% ou mais. Quanto maior a demora na retomada do crescimento, mais difícil será escapar da espiral pessimista predominante no ambiente de negócios, uma das grandes responsáveis pela travada nos investimentos. Maior, também, será a tensão na sociedade e, consequentemente, mais difícil será o trabalho do Estado de garantir a lei e a ordem.

Além disso, cada vez mais grupos/setores vão fazer o possível para garantir/conquistar benefícios (algumas vezes por questões de sobrevivência) e menor será a margem de segurança do Estado para negá-los. Por fim, toda e qualquer insatisfação viralizada nas redes sociais correrá o risco de se transformar num grande movimento anti-establishment forte o suficiente para derrubar/paralisar governos, retroalimentando o clima de incerteza.

Este novo mergulho da indústria, rumo à contração, é mais um sinal de alerta para o futuro. Erramos enormemente no experimento da centro-esquerda durante o governo Dilma, mas também falhamos na tentativa de implementar uma agenda de centro-direita no governo Temer, que hoje é desacreditada pela maioria da população.

Fruto da incompetência da centro-direita e ignorância da centro-esquerda, a indústria brasileira padece, quase que aguardando por um milagre para voltar alcançar o status do passado.

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