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As ações da Nike (NYSE:NKE) apresentaram um forte desempenho após a divulgação dos resultados trimestrais, que ficaram acima do consenso na semana passada.
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Apesar dos indicadores operacionais favoráveis, o setor varejista americano enfrenta riscos no último trimestre do ano.
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Vamos examinar os fundamentos da empresa com o InvestingPro para avaliar se este é um bom momento para investir em suas ações.
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Alto retorno sobre o investimento.
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Aumento do dividendo por 21 anos consecutivos.
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Ações com baixa volatilidade.
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Participação de mercado significativa em seu setor.
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Fluxo de caixa suficiente para cobrir despesas de juros.
As ações da Nike avançaram cerca de 7% na semana passada, alcançando US$95,62, após a empresa anunciar um lucro por ação (LPA) de US$0,94, superando as estimativas do InvestingPro de 24%. A receita da empresa, no entanto, ficou ligeiramente abaixo das projeções, somando US$12,93 bilhões. Apesar disso, o mercado reagiu positivamente ao balanço da Nike.
Além disso, a receita da empresa apresentou um crescimento anual em relação ao mesmo período do ano anterior. Como mostrado no gráfico, a receita da empresa mantém uma tendência de alta.
A companhia conseguiu melhorar sua margem bruta ao manter o custo dos produtos vendidos em torno de US$7 bilhões, resultando em uma margem de 44%, igual à do mesmo período do ano passado.
Com base nos resultados do terceiro trimestre, o Ebitda da gigante dos esportes melhorou em relação aos dois trimestres anteriores, mas ainda ficou abaixo de US$1,9 bilhão do mesmo período do ano anterior, totalizando US$1,8 bilhão. Entretanto, o aumento desse indicador, juntamente com as perspectivas positivas da empresa para o futuro, indicam que a margem operacional continuará a melhorar.
Apesar dos números operacionais positivos, o cenário macroeconômico não parece tão favorável para a empresa sediada em Oregon. A Nike, que atua no setor varejista, é vista como uma das empresas que podem ser afetadas pela desaceleração do consumo, em meio à política econômica restritiva dos EUA. Contudo, as perspectivas otimistas da companhia e os resultados trimestrais ainda não refletem um impacto negativo. Além disso, os dados econômicos dos EUA mostram que a atividade econômica está se mantendo, adiando as preocupações com uma possível recessão. A Nike enfrenta, porém, dois desafios, um dos quais é de natureza global.
De acordo com os dados mais recentes, as vendas da Nike nos EUA caíram 2%, e as vendas totais ficaram abaixo das previsões pela primeira vez em dois anos. Ainda assim, os executivos da empresa não encaram isso como um problema e esperam que as vendas se recuperem durante a temporada de festas, à medida que os consumidores se mostram resilientes. A Nike tem a vantagem de ser uma marca global líder e uma das principais escolhas dos consumidores.
O reinício dos pagamentos de empréstimos estudantis nos EUA neste mês é outro fator importante que pode afetar o consumo. Embora muitas marcas varejistas tenham expressado preocupação de que essa situação poderia ter um impacto negativo nas vendas, a Nike não se aprofundou nessa questão negativa em suas declarações após o balanço.
Um dos fatores que pode impactar negativamente as vendas internacionais da Nike é a desaceleração na China, que é o seu maior mercado externo. Isso pode afetar as finanças da companhia, devido à queda na demanda do consumidor e ao aumento da concorrência. Os executivos, contudo, estão confiantes de que podem superar essa pressão, apostando em uma retomada da atividade na China após a pandemia.
Liderança do setor?
Ao compararmos a Nike com seus concorrentes e o setor pelo InvestingPro, vemos que a empresa se destaca em termos de rentabilidade, mas fica atrás de seus concorrentes em termos de crescimento.
Considerando o tamanho da companhia em relação aos seus concorrentes e à média do setor, é compreensível que seu crescimento seja mais moderado. Entre outros fatores, os pagamentos regulares de dividendos da empresa, ao contrário de seus concorrentes, são considerados um diferencial. Mas o retorno médio para os acionistas é de 5% ao ano, o que é bastante bom em comparação com a média de 0,7% entre os concorrentes.
Além disso, o beta de 5 anos da NKE de 1,12 é inferior à média dos concorrentes, que é de 1,2. Isso pode fazer com que as ações acompanhem mais de perto as condições de mercado e sejam adequadas para um investidor defensivo.
Valuation
Ao resumirmos o valuation da empresa pelo InvestingPro, vemos que as características positivas da gigante dos esportes superam as desvantagens. Entre essas características se destacam:
No entanto, há desafios, como a tendência de queda no LPA, revisões para baixo das expectativas de lucro pelos analistas para o próximo período e uma alta relação de valuation Ebitda.
A Nike deve divulgar seu próximo balanço em 21 de dezembro. Um total de 15 analistas revisaram suas expectativas de lucro para baixo, projetando um LPA de US$0,84 para o próximo período, o que representa uma queda estimada de 5%. Além disso, a previsão de receita atual está em US$13,41 bilhões, mostrando uma diminuição marginal de 0,12%.
Apesar das previsões pessimistas para o último trimestre do ano, as projeções de longo prazo permanecem positivas para o LPA e os ganhos.
Preço-alvo
A avaliação de preço-justo das ações da NKE sugere um potencial aumento para US$104, o que representa uma projeção de crescimento de 10% no próximo ano. Além disso, com base em dados de 15 modelos financeiros, a média anual de 32 análises resulta em uma avaliação média mais alta de US$123. Essas previsões indicam coletivamente que a NKE está atualmente sendo negociada com desconto em relação ao seu preço atual de US$94,5.
No gráfico técnico, a NKE concluiu sua fase de recuperação a US$128 no último trimestre do ano anterior. Ao longo do primeiro semestre de 2023, manteve uma faixa relativamente estável, oscilando entre US$118 e US$127 até maio.
Posteriormente, surgiu uma tendência de baixa, levando as ações a caírem para US$88, resultando em uma perda anual de 28%. Após a correção que seguiu a recuperação do ano anterior, os compradores conseguiram manter esse nível de suporte, influenciados em grande parte pelo último balanço.
Para continuar sua recuperação no próximo período, a ação precisa se estabelecer acima do limite de US$100. Além disso, existe uma zona de resistência que se estende de US$105 a US$111. Porém, desde que a zona de suporte de US$92 seja mantida, a NKE está preparada para movimentos ascendentes potenciais, com ganhos adicionais possivelmente atingindo a faixa de US$120.
Indicadores positivos para uma alta técnica podem ser vistos no IFR Estocástico, que mudou de direção no gráfico semanal, juntamente com a forte reação do preço das ações no nível de suporte Fib 0,786.
Entretanto, se os fechamentos semanais ficarem abaixo de US$92, isso poderia acionar a formação de um novo fundo abaixo da mínima do ano anterior de US$82.
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Aviso: o autor não possui ações das empresas mencionadas neste artigo. Este conteúdo tem fins unicamente educacionais, não representando qualquer indicação ou recomendação de investimento.