Garanta 40% de desconto
👀 👁 🧿 Todas as atenções voltadas a Biogen, que subiu +4,56% depois de divulgar o balanço.
Nossa IA selecionou essa ação em março de 2024. Quais são as próximas ações a MASSACRAR o mercado?
Descubra ações agora mesmo

O Código é a Lei e a Lei é Feita Por Quem?

Publicado 01.02.2019, 16:20
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Dia 26 de janeiro, um debate impactou fortemente a comunidade de desenvolvedores de criptoativos. Vlad Zamfir, core developer da Ethereum, fez um texto criticando fortemente a perspectiva de conservadorismo na administração de uma blockchain defendida por Nick Szabo. Zamfir argumenta que a perspectiva de Szabo, que ele resume como “não fazer alterações não-técnicas a uma blockchain”. Essa regra passa por evitar que sejam feitos hard forks por razões como evitar phishing ou ataques que foram frutos de erros em códigos. De maneira geral, o código é a lei; se o código está errado, não é culpa de quem o seguiu da melhor maneira possível para si.

Esse princípio já foi debatido fortemente em inúmeros casos relevantes da história das criptomoedas e continua não sendo fácil da perspectiva tanto do desenvolvimento, tanto quanto do Direito. Na Ethereum, quando houve a falha do theDAO -- organização descentralizada voltada para incentivar a criação de aplicações na blockchain -- e acirrados debates a favor ou contrários a reverter a blockchain aconteceram, uma das principais vozes foi a de Szabo. Ele defendia que o hacker não estava errado: ele fez o que o código permitia. Dessa maneira, quando houve o fork entre Ethereum -- que aceitou desfazer o hack -- e Ethereum Classic -- que seguiu a corrente mais estrita de “o código é a lei” -- Szabo defendeu o Ethereum Classic.

Zamfir, entre seus argumentos contrários a Szabo, defende que desenvolvedores existem no mundo real, estão sujeitos a jurisdições reais e precisam respeitar algumas regras locais. Há certa apreensão na comunidade cripto a respeito disso; o Monero, por exemplo, não tem todos seus core developers com nomes reais. Entretanto, nem toda criptomoeda precisa ter uma governança completamente anônima. Nick Cowen, em seu ensaio de 2018 sobre blockchains, afirma que essas novas tecnologias oferecem uma oportunidade de escolher qual governança mais agrada com relativamente baixos custos. Se há a necessidade real de privacidade e algo que preferimos não deixar público para terceiros, uma blockchain com propriedades de é fundamental. Como nem toda informação é assim, há espaço para outras propostas. Zamfir defende que o Ethereum, no curto prazo, tenha liberdade de não atender demandas arriscadas em demasiado.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Não discordo dele, mas vale notar que isso poderia reduzir a confiança em resistência a censura na Ethereum para um true believer. Zamfir reparou o óbvio: atividades altamente libertárias e descentralizadas podem trazer problemas para quem for responsabilizado podem elas. Se o governo pressionar, não é uma situação fácil. Contudo, uma vez implementada uma mudança, forks e eventuais consensos de baixo custo podem garantir que ela se perpetue. Cores anônimos também são uma solução. E, em todo caso, governos não têm se preocupado com a faceta de aplicativos descentralizados das blockchains, talvez até por certa incredulidade.

Porém, como ficamos entre essas duas propostas? Uma tende a ver o código como absoluto e a mudança de termos de contratos após sua execução errada, mesmo que houvesse uma falha. A outra é defende integração com a política antiga, que não escala, é lenta e pode ter vieses não explicitamente declarados. Uma terceira via pode ser necessária, posto que, se o código é a lei, a lei normalmente deve atender a princípios normativos. Os de Szabo são basicamente maior segurança jurídica e independência. Os de Zamfir são maior integração com o sistema atual, valores da comunidade e menores custos de transição. Uma terceira propostas que creio interessante será objeto de um dos próximos textos (mas, enquanto isso, vale procurar o livro “Radical Markets” de Eric Posner e Glen Weyl).

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.