O Ibovespa, principal índice da B3 (BVMF:B3SA3), encerrou o segundo trimestre com uma queda acumulada em -17,88 por cento. O Índice de BDRs (BDRX) também aponta para um desempenho negativo, ao apresentar uma queda em cerca de -10,27 por cento de abril a junho deste ano.
Um dos motivos para o recuo do Ibovespa no segundo trimestre, após um primeiro trimestre positivo, é o ambiente de inflação significativamente pressionada. Tanto a Europa quanto os Estados Unidos registram os maiores índices de preços em décadas, que têm levado ao aperto da política monetária em diversos países.
Com investidores globais cada vez mais preocupados com os juros subindo e maiores riscos de uma recessão econômica nos Estados Unidos, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que são recibos de ações de empresas estrangeiras negociados na bolsa brasileira, acabaram sofrendo junto aos mercados globais.
Outro ponto é o de que o atual momento não é bom para essa classe de ativos, mas isso representa um bom ponto de entrada, ou seja, uma oportunidade.
As maiores altas do Ibovespa
Nos seis primeiros meses deste ano, as companhias com negócios no setor de óleo, gás e mineração chamaram a atenção dos investidores e estão entre as maiores altas entre os recibos de depósitos de ações estrangeiras (BDRs) negociados na B3.
As maiores quedas do Ibovespa
Na outra ponta do ranking, os cinco BDRs com piores desempenhos na bolsa são de empresas ligadas ao setor de tecnologia, afetadas pelo ambiente de inflação elevada e juros em alta, conforme falamos anteriormente.
O que esperar dos BDRs no segundo trimestre?
Entendendo que no curto prazo o tema geopolítico deverá manter a incerteza e a aversão a risco por parte dos investidores, vamos analisar quais seriam as temáticas de investimentos mais interessantes para quem busca diversificação internacional.
Commodities
A nosso ver, a grande maioria dos ativos atrelados ao segmento de commodities já precifica um cenário muito positivo para os preços futuros desses insumos básicos. Por isso, somos reticentes em possuir posições atreladas a commodities neste momento. Todavia, em um eventual momento de pânico dos mercados, no caso de uma venda massificada, desprovida de fundamentos, motivada apenas por fluxo, poderemos ter uma janela de oportunidade para comprar ativos ou empresas ligados a esse setor.
Tecnologia
Por outro lado, acreditamos que as grandes tendências mundiais, já presentes antes da pandemia, ainda permanecem como boas temáticas de investimento, sendo que alguns tiveram crescimento e desenvolvimento intensificados por conta da Covid-19.
Nesse sentido, vemos que grandes empresas ligadas ao setor de tecnologia ainda devem seguir se desenvolvendo e permanecer como pontos-chaves do crescimento mundial.
Nesse segmento, gostamos de Amazon (NASDAQ:AMZN) (AMZO34 (BVMF:AMZO34)) e Netflix (NASDAQ:NFLX) (NFLX34 (BVMF:NFLX34)) nos Estados Unidos.
Além disso, acreditamos que apesar dos riscos inerentes ao país, o ETF (BVMF:XINA11) pode ser uma boa oportunidade para se expor às maiores empresas de tecnologia da China, cujo crescimento econômico ainda é forte.
BDRs ou comprar ações no exterior?
Por conta da característica do mercado de ações nos Estados Unidos, mesmo o pequeno investidor pode iniciar seus investimentos diretamente no exterior.
Hoje, é possível abrir uma conta de investimento lá fora em poucos minutos, além do que, o envio de recursos pode ser realizado por meio das próprias entidades intermediadoras, como a Avenue, Banco Inter (BVMF:BIDI4) e XP Investimentos (BVMF:XPBR31).
Com poucos dólares na conta o pequeno investidor já consegue comprar pequenas frações de ações das maiores e melhores empresas do mundo, pois o mercado norte-americano possui essa característica.
Como funciona a tributação dos BDRs?
Além disso, a vantagem tributária dada aos pequenos investidores quando o assunto é o investimento diretamente no exterior, em comparação aos BDRs.
Segundo a legislação atual, as vendas de até 35 mil reais por mês, nas quais exista ganho de capital, são isentas do pagamento de imposto de renda, enquanto a legislação aplicada aos BDRs não dá ao pequeno investidor vantagem alguma nesse sentido — é o famoso “ganhou, pagou”.
Divisão do patrimônio em BDRs
Agora que você já sabe em quais instituições financeiras alocar recursos, precisa levar em conta a divisão do patrimônio a ser aplicado em BDRs.
Para aqueles investidores que ainda assim preferem o investimento em BDRs, nossa sugestão é de que a alocação em ativos internacionais seja entre 10 por cento e 20 por cento da carteira, para que o benefício da diversificação e exposição cambial seja efetivo no portfólio.