As 7 Magníficas cansaram? Descubra as próximas queridinhas do mercado
Com base na análise dos movimentos dos contratos futuros de ouro desde o início do rali em 7 de abril de 2025, quando o contrato testou a mínima de US$ 2.971,59, observa-se que a primeira resistência relevante surgiu em 22 de abril, na região de US$ 3.510. A partir daí, o ativo permaneceu em faixa estreita entre US$ 3.318 e US$ 3.510 até 1º de setembro, quando rompeu acima desse patamar, dando início a uma nova etapa de valorização.
O avanço ganhou força a partir de 8 de agosto, impulsionado pelo aumento das tensões geopolíticas e comerciais, mas principalmente pelo forte fluxo de capitais direcionado aos ETFs de ouro, que acelerou a tendência de alta. Outro fator de sustentação tem sido a intensa compra do metal por bancos centrais: desde 2022, as aquisições líquidas anuais mais que dobraram a média dos cinco anos anteriores, superando mil toneladas por ano, movimento que contribuiu para levar as cotações a níveis recordes acima de US$ 4.100 por onça neste mês.
Enquanto isso, Estados Unidos e China seguem em confronto tarifário. O episódio mais recente foi a ameaça do presidente Donald Trump de encerrar parte das relações comerciais com Pequim, incluindo importações de óleo de cozinha. O choque provocado pelas tarifas anunciadas na sexta-feira, quando Trump mencionou sobretaxas de 100% sobre exportações chinesas, ainda repercute nos mercados, embora com menor intensidade, já que os investidores acreditam que as duas potências seguirão se enfrentando sem romper completamente os laços.
Na terça-feira, o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que caberá à China definir se as tarifas entrarão em vigor em 1º de novembro ou antes disso, mas admitiu que será difícil para Pequim encontrar uma saída negociada.
No mesmo dia, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, declarou que a economia americana “pode estar em trajetória um pouco mais firme do que o esperado”, embora tenha reforçado que “não há caminho isento de riscos” para a política monetária, dada a tensão entre as metas de emprego e inflação.
Essas observações estão alinhadas ao relatório recente do FMI, que revisou para cima sua projeção de crescimento global, avaliando que o impacto das tarifas e das condições financeiras tem sido mais moderado do que se imaginava. Ainda assim, o Fundo alertou que a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo pode frear de forma acentuada a atividade global.
Nesse contexto, avalio que os contratos de ouro parecem esticados, em parte pelo comportamento excessivamente otimista dos bancos centrais. A China, que nunca comentou oficialmente os motivos de suas compras, vem ampliando suas reservas há 11 meses seguidos. A Polônia também tem aumentado suas posições, embora motivada pelo risco geopolítico decorrente da guerra na Ucrânia.
O ouro não representa passivo nem dívida de ninguém e essa característica o torna atraente para bancos centrais preocupados com a segurança política de suas reservas. Ainda assim, esse movimento pode perder força quando os bancos perceberem o impacto inflacionário das compras em larga escala e o enfraquecimento de suas moedas.
Por outro lado, o forte fluxo de recursos para ETFs de ouro pode se reduzir à medida que alguns países relutam em revisar suas estruturas tributárias, o que tende a redirecionar parte desses investimentos para outros ativos defensivos, já que o metal começa a perder seu apelo de refúgio a preços tão elevados.
Do ponto de vista técnico, os contratos de ouro parecem próximos de um movimento de correção, já que a alta recente levou as cotações muito acima da linha de tendência, sustentada em um ângulo de 42 graus. Caso o ativo teste a resistência imediata em US$ 4.242, pode ocorrer um movimento vendedor intenso, com grandes players abrindo novas posições vendidas e stop em US$ 4.359,40, mirando uma realização até US$ 3.525, nível em que a queda pode se acentuar.
Os contratos tendem a testar a linha de tendência iniciada no ponto médio do movimento de abril, entre 7 e 22 daquele mês. Qualquer tentativa dos compradores de alcançar essa faixa pode acionar uma liquidação mais forte, revertendo o cenário em favor dos vendedores nesta semana.
Por fim, avalio que qualquer mudança nas negociações tarifárias entre EUA e China, ou uma eventual revisão de postura por parte de Trump, poderá provocar novas ondas de volatilidade, reforçando a fragilidade do sentimento do investidor. Mesmo com o cenário indefinido, uma reviravolta repentina poderia estourar a bolha especulativa formada no ouro.
Aviso: esta análise reflete apenas observações do autor e não constitui recomendação de investimento. Cada leitor deve avaliar seus próprios riscos antes de operar no mercado de ouro.
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