BHIA3: Por que as ações da Casas Bahia estão disparando 25% na B3 hoje?
Os dados do PCE divulgados na última sexta-feira representam o primeiro bloco de dados que vão nortear a decisão do FED para a próxima reunião que deverá optar por um corte na taxa de juros americana. Sem surpresas, boa parte dos dados ficaram dentro das projeções. O índice cheio avançou 0,2% m/m e 2,6% a/a, enquanto o núcleo subiu 0,3% m/m e 2,9% a/a, leve aceleração na comparação anual. O gasto das famílias veio +0,5% m/m, com serviços ainda firmes. Em paralelo, o trimmed mean do Dallas Fed ficou em 2,65% a/a e rodou perto de 1,9% anualizado no mês.
No contexto da análise geral, os dados inflacionários mostram que a inflação segue caminhando para baixo, porém a parte de serviços ainda pede cuidado. Para setembro, esse conjunto mantém a porta aberta para -25 bps, com tom de prudência. As probabilidades implícitas seguem altas — perto de ~90% para um corte —, mas a leitura do comitê tende a calibrar o ritmo adiante, já que o núcleo a 2,9% a/a ainda está acima da meta.
No câmbio, o impacto do PCE foi contido: USD mais leve, mas sem ruptura — o grosso do preço agora aguarda Payroll (05/09, 8h30 ET) e CPI (11/09, 8h30 ET). Uma sequência “benigna”, tende a sustentar dólar mais fraco e dar fôlego a EUR/GBP/JPY; surpresas para cima na inflação ou um Payroll muito forte devolvem parte do movimento. Por enquanto, o dólar segue pressionado na margem e as taxas curtas embutem o início do ciclo.
Em suma, o PCE não altera o curso na aposta de corte, mas sustenta a ideia de um discurso cauteloso. A decisão de setembro continua dependente dos dados que chegam nas próximas duas semanas: se vierem “na medida”, a combinação mais provável é corte de 0,25 p.p. + guidance conservador; se houver surpresa “quente” na inflação ou um sinal forte de demanda, cresce a chance de reprecificação — com USD reagindo taticamente antes de o FOMC bater o martelo.